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Guerrilheiras, corpos saídos da terra para nos lembrar

24 de dezembro de 2015 Processos

Vol. VIII n° 66 dezembro de 2015 :: Baixar edição completa em pdf

Resumo: Esse artigo pretende descrever o processo de criação dos figurinos para o poema-cênico Guerrilheiras, ou para a terra não há desaparecidos com dramaturgia de Grace Passô, direção de Georgette Fadel e figurinos de Desirée Bastos. A peça estreou no Espaço SESC no Rio de Janeiro em setembro de 2015.

Palavras-chave: guerrilheiras; figurinos; terra

Resumen: Ese artículo pretende describir el proceso de la creación del diseño de vestuario para el poema-escénico Guerrilheiras, ou para a terra não há desaparecidos con dramaturgia de Grace Passô, dirección de Georgette Fadel y diseño de vestuario de Desirée Bastos. Estreno em Espaço SESC en Rio de Janeiro en septiembre del 2015.

Palavras-llave: guerrilheiras; vestuario; tierra

 

Primeiros encontros com as Guerrilheiras

Com dramaturgia de Grace Passô e direção de Georgette Fadel, a montagem narra a luta e as memórias do que essas mulheres viveram e deixaram naquela região, histórias escondidas na Floresta Amazônica e relembradas por camponeses que presenciaram o confronto. Das 12 guerrilheiras, apenas o corpo de uma foi achado.[1]

O parágrafo acima extraído de matéria do jornal O Globo sobre o espetáculo Guerrilheiras, ou para a terra não há desaparecidos apresenta exatamente as informações que foram lançadas na primeira reunião com a equipe técnica da qual participei em meados de junho de 2015.

Transparências das formas de vida

24 de dezembro de 2015 Críticas

Vol. VIII n° 66 dezembro de 2015 :: Baixar edição completa em pdf

Resumo: A crítica de Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos, projeto idealizado por Gabriela Carneiro da Cunha com direção de Georgette Fadel e dramaturgia de Grace Passô, reflete sobre as operações realizadas na peça como reinvenção da memória da Guerrilha do Araguaia.

Palavras-chave: Guerrilha do Araguaia, Mulheres guerrilheiras, corpo, imagem, tempo.

Abstract: This review of Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos, project conceived by Gabriela Carneiro da Cunha directed by Georgette Fadel and written by Grace Passô, reflects on operations made in the play as reinventing the memory of the Araguaia Guerrilla.

Keywords: Araguaia guerrilla, guerrilla women, body, image, time.

 

Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos é fruto de um projeto de Gabriela Carneiro da Cunha que após três anos de captação de recursos e elaboração de pesquisas teve sua estreia em setembro de 2015 na Arena do Espaço Sesc, no Rio de Janeiro. Seu tema resgata a histórica participação de dezessete mulheres na Guerrilha do Araguaia, um movimento guerrilheiro de luta armada contra a ditadura militar no Brasil que aconteceu na região amazônica ao longo do rio Araguaia entre o final dos anos de 1960 e a primeira metade da década de 1970. O movimento contou com a participação de guerrilheiros e moradores da região que aderiram à causa organizada pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Intraduzível

22 de fevereiro de 2012 Críticas
Nicole Cordery. Foto: Tatiana Farache.

O diretor Felipe Vidal, que já havia montado a peça Tentativas contra a vida dela, de Martin Crimp, continua sua relação com o autor inglês montando Duplo Crimp. Este é um projeto composto de duas peças, O campo e A cidade, ambas traduzidas por Daniele Avila Small, e que estiveram em cartaz no Teatro Gláucio Gill de 13 de janeiro a 13 de fevereiro.

É inevitável estabelecer, primeiramente, a ordem destas em relação a Tentativas. Sendo um marco na carreira e no estilo de Crimp, Tentativas fundamentou elementos dramatúrgicos que podem ser vistos em iminência na peça O campo e já bem explorados em A cidade. Vamos nos ater especialmente na construção das identidades de seus personagens e das questões postas aos atores para interpretá-los.

Memória sem sujeito

2 de setembro de 2010 Críticas
Atores: José Karini, Lucas Gouvêa e Luciana Fróes. Foto: divulgação.

“Todas as mensagens foram apagadas” é o título da primeira das 17 situações para o teatro. Poucas passagens ecoam de forma tão atemorizante para a contemporaneidade como este ruído de ausência. Na era dos terabytes, das milhares de fotos domésticas arquivadas com a esperança de registrar todos os dias de nossas vidas; raros são os textos que peitam a aquiescência da narração, tal como a peça Tentativas contra a vida dela, de Martin Crimp, dirigida por Felipe Vidal, em cartaz no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto.

Imagem e discurso

15 de abril de 2008 Críticas
Gabriela Carneiro da Cunha. Foto: Divulgação.

O espetáculo Todo o tempo do mundo, realizado pelo Studio Stanislavski, instala a cena e a platéia dentro do palco do Teatro Maria Clara Machado, formando um outro espaço circular. A cenografia de José Dias intervém efetivamente no ambiente, criando um novo lugar. O espaço de atuação se descola da arquitetura daquele teatro. No centro, um tablado redondo que gira sobre o seu próprio eixo é o suporte para a linha diretriz da trama: o tempo em que um homem ficou preso, os sonhos que teve, sua relação com estes sonhos e a conclusão que se pode tirar desta história. Em torno do pequeno círculo/cela, outro se forma pela disposição intercalada de cadeiras para o público e espaços para as cenas. A divisão entre estes espaços é feita por um véu escuro e pela iluminação. As cenas que acontecem nestes espaços, que às vezes se assemelham a pequenos nichos, apresentam os sonhos do homem que está deitado em seu catre – percebemos esta relação logo de início pois as cenas no círculo exterior só acontecem enquanto o personagem que está no centro dorme.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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