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Transparências das formas de vida
Vol. VIII n° 66 dezembro de 2015 :: Baixar edição completa em pdf
Resumo: A crítica de Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos, projeto idealizado por Gabriela Carneiro da Cunha com direção de Georgette Fadel e dramaturgia de Grace Passô, reflete sobre as operações realizadas na peça como reinvenção da memória da Guerrilha do Araguaia.
Palavras-chave: Guerrilha do Araguaia, Mulheres guerrilheiras, corpo, imagem, tempo.
Abstract: This review of Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos, project conceived by Gabriela Carneiro da Cunha directed by Georgette Fadel and written by Grace Passô, reflects on operations made in the play as reinventing the memory of the Araguaia Guerrilla.
Keywords: Araguaia guerrilla, guerrilla women, body, image, time.
Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos é fruto de um projeto de Gabriela Carneiro da Cunha que após três anos de captação de recursos e elaboração de pesquisas teve sua estreia em setembro de 2015 na Arena do Espaço Sesc, no Rio de Janeiro. Seu tema resgata a histórica participação de dezessete mulheres na Guerrilha do Araguaia, um movimento guerrilheiro de luta armada contra a ditadura militar no Brasil que aconteceu na região amazônica ao longo do rio Araguaia entre o final dos anos de 1960 e a primeira metade da década de 1970. O movimento contou com a participação de guerrilheiros e moradores da região que aderiram à causa organizada pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Convite à cumplicidade
Está de volta ao Rio o monólogo Negrinha, que fez curta temporada na sala Multiuso do SESC em 2008. Agora em cartaz no Casarão Austregésilo de Athayde, a peça se encaixa numa outra realidade da produção teatral carioca: os espaços pouco convencionais demoram um pouco pra formar público. O SESC é uma oportunidade segura para a visita de produções de fora da cidade, tendo em vista que o espaço já tem o seu público cativo. No entanto, nem sempre o público do SESC é o público certo para a peça que vem de fora, e nem sempre o espaço é o ideal. No caso de Negrinha, o Casarão pode ser uma opção mais interessante para o espetáculo, especialmente se levarmos em conta as opções de espaço cênico que o grupo tem feito para o seu repertório.