Traduções
Las láminas de la enciclopedia de Mariano Pensotti
Traducción de Manuel Guerrero
Vol. VII, nº 62, junho de 2014
Resumen: Análisis crítico del espectáculo teatral Cineastas, del dramaturgo y director argentino Mariano Pensotti, a partir de la idea del dramaturgo-rapsódico de Jean-Pierre Sarrazac, del montaje como operación escénico-dramatúrgica y en una aproximación con la poética de la imagen enciclopédica de Roland Barthes. El artículo considera otros aspectos del montaje teatral como la escenografía y el trabajo de los actores.
Palabras-clave: dramaturgia contemporánea, teatro argentino, dramaturgo-rapsódico, novelización del teatro, imagen enciclopédica.
Resumo: Análise crítica do espetáculo teatral Cineastas, do dramaturgo e encenador argentino Mariano Pensotti, a partir da ideia de dramaturgo-rapsodo de Jean-Pierre Sarrazac, da montagem como operação cênico-dramatúrgica e em aproximação com a poética da imagem enciclopédica de Roland Barthes. O artigo leva em consideração outros aspectos da montagem teatral como a cenografia e o trabalho dos atores.
Palavras-chave: dramaturgia contemporânea, teatro argentino, dramaturgo-rapsodo, romancização do teatro, imagem enciclopédica.
Texto original em português: http://www.questaodecritica.com.br/2014/06/as-pranchas-da-enciclopedia-de-mariano-pensotti/
Ce qui demeure
Critique du spectacle Le Duel (O duelo) par la « Mundana Companhia » (Mondaine Compagnie)
Traduit par Diego Viana.
Pour Alexandre Marçal, Naiara Barrozo et Ricardo Freitas
Le Duel commence par un salut au public: le spectacle va démarrer. Avec cette première révérence faite aux spectateurs, qui situe le jour de la présentation (le 6 mars 2014), le spectacle de la Mundana Companhia, présenté en février et mars dernier au Teatro Tom Jobim de Rio de Janeiro, a les apparences de ce que je nommerais une esthétique foraine. Cette expression est justifiée, non seulement par la présence de quelques signes se rapportant à une piste de cirque (ce qui est effectivement le cas), mais surtout par le fait que soit rendu possible, une certaine façon d’envisager la multiplicité de différentes couches dramaturgiques dans le spectacle. Je pense à la piste du cirque comme une manière d’introduire des impressions sur un travail qui semble rechercher le sensoriel, la proximité viscérale du public avec l’histoire racontée. Une histoire qui par moments, invite le spectateur à danser avec les acteurs, qui se trouvent souvent à quelques millimètres à peine de leur auditoire, parlant souvent de leurs personnages à la troisième personne, devenant ainsi des narrateurs. Au delà de cette absence de quatrième mur – où un spectacle se déclare comme étant un spectacle –, le cirque rend aussi possible l’emploi d’objets quotidiens, d’éléments de la culture populaire, il permet l’utilisation des dispositifs techniques les plus élaborés (sans être pour autant technologiques), avec des enchaînements et des lumières qui font penser au Cirque du Soleil.
Confidências do marquês no dia em que morreu
A José Roldán
(Confidencias do Marqués el día em que se murió, de 1988, estreia em 1990 sob direção de Sergio Arrau e interpretada pelo ator peruano José Roldán.)
Personagem: Francisco Pizarro.
Lugar da ação: Múltiplo. Cenário nu ou com praticáveis.
PIZARRO: (Aparecendo, espada na mão). Sem-vergonhice! Na minha própria casa? Filhos de ventre ruim, agora vão ver! (Luta furiosamente). Bando de malparidos! Nunca tive medo da morte. Venham, venham miseráveis!
(É ferido e cai. Depois de um momento se incorpora e se dirige ao público.)
O que está dizendo? O que que eu tenho a ver com o meu pai! Interessa se ele foi ladrão ou nobre? Que tenha morrido num convés… ou em casa, rodeado de choronas? A mim isso nem interessa. Jamais o conheci, de maneira que estou, soberanamente, nem aí.
Dramaturgia das (auto)biografias no teatro documentário de Vivi Tellas
Tradução de Davi Giordano
Nota do tradutor: Uma primeira versão deste trabalho foi apresentada nas II Jornadas de Crítica Genética realizadas na Universidad de Córdoba, Argentina, em junho de 2011. A presente tradução é resultante da participação de Pamela Brownell no evento Diálogos sobre Teatro Documentário, idealizado e realizado por mim e pelo Grupo Garimpo, o qual foi realizado em setembro de 2013 no Pavilhão do Teatro do Anônimo.
Durante alguns anos, eu venho me dedicando ao estudo de diferentes práticas cênicas relacionadas àquilo que chamamos de teatro do real. Apesar de todos os problemas apresentados por esta definição, eu acredito que ela sirva, pelo menos, para fazer referência a uma determinada pesquisa comum que podemos identificar em muitos projetos artísticos que buscam desenvolver uma relação mais próxima com a realidade extrateatral.
Em função da grande diversidade de experiências que estão inseridas dentro desta tendência, a minha pesquisa pessoal está sendo orientada cada vez mais em direção a um objeto específico: o teatro documentário, que é o que nos traz aqui hoje, neste tão bem vindo espaço para o diálogo. E, no teatro documentário, eu me concentrei principalmente na experiência mais representativa que há atualmente na Argentina em relação a este caminho estético, que é o projeto Arquivos (1) de Vivi Tellas.
Crime no hospício
INTRODUÇÃO
O Théâtre du Grand Guignol foi fundado em Paris em 1897 e esteve em atividade por mais de meio século, encerrando suas atividades em 1963. O Grand Guignol ficou conhecido mundialmente por celebrizar peças de terror, que contribuíram para a fixação de um gênero próprio que tomou o nome do próprio teatro. “Guignol” era o nome original de uma personagem de fantoche, de comportamento violento e satírico, que se assumia como o protagonista de espetáculos de fantoches na França do século XVIII. O Grand Guignol substituiu os bonecos por atores de carne e osso e manteve os temas, especializando-se cada vez mais na representação de enredos violentos, macabros e repletos de crimes horrendos. As primeiras peças inspiravam-se em autores com Edgar Allan Poe, entre outros e enquadravam-se bem no espírito decadentista que dominou a literatura francesa do final do século XIX. O gênero parisiense influenciou cineastas da escola expressionista alemã como Friedrich Wilhelm Murnau (Nosferatu, uma sinfonia de horrores, 1922) e Fritz Lang (M, O vampiro de Düsseldorf de 1931) entre outros.
O texto aqui traduzido, é representante da segunda fase do Grand Guignol. Crime no hospício (Un crime dans une maison de fous), peça escrita por André de Lorde contando com a colaboração do psicólogo e pedagogo Alfred Binet, em 1925. De Lorde nasceu na França em 1871 e foi um dos principais dramaturgos do Grand-Guignol. Escreveu ao longo de sua carreira mais de uma centena de peças curtas entre 1901 e 1926, explorando, principalmente, temas ligados à loucura e à demência.