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Arquiteturas de um duplo homicídio

27 de maio de 2015 Processos
Crime no Manicômio. Foto Marco Novak.
Crime no Manicômio. Foto Marco Novak.

Vol. VIII nº64, maio de 2015.

Resumo: O presente artigo tem como escopo um olhar sobre o processo de criação e de ensaios do espetáculo Duplo homicídio na Chaptal 20, da companhia curitibana Vigor Mortis. No texto, há conjecturas ainda sobre os aspectos do processo de construção dramatúrgica e cênica vivenciados pelo autor deste texto, nas funções de dramaturgista e ator ao lado da Vigor Mortis. Chaptal 20 se refere ao endereço do célebre Théâtre du Grand Guignol de Paris, que abrigou em seu palco centenas de peças de horror e violência. Desde sua fundação em 1997, a Vigor Mortis estuda e pesquisa o gênero e a estética do Grand Guignol. Duplo Homicídio na Chaptal 20 foi apresentada pela primeira vez ao público curitibano no mês de novembro de 2014 no Teatro Novelas Curitibanas.

Crime no hospício

28 de dezembro de 2012 Traduções

INTRODUÇÃO

O Théâtre du Grand Guignol foi fundado em Paris em 1897 e esteve em atividade por mais de meio século, encerrando suas atividades em 1963. O Grand Guignol ficou conhecido mundialmente por celebrizar peças de terror, que contribuíram para a fixação de um gênero próprio que tomou o nome do próprio teatro. “Guignol” era o nome original de uma personagem de fantoche, de comportamento violento e satírico, que se assumia como o protagonista de espetáculos de fantoches na França do século XVIII. O Grand Guignol substituiu os bonecos por atores de carne e osso e manteve os temas, especializando-se cada vez mais na representação de enredos violentos, macabros e repletos de crimes horrendos. As primeiras peças inspiravam-se em autores com Edgar Allan Poe, entre outros e enquadravam-se bem no espírito decadentista que dominou a literatura francesa do final do século XIX. O gênero parisiense influenciou cineastas da escola expressionista alemã como Friedrich Wilhelm Murnau (Nosferatu, uma sinfonia de horrores, 1922) e Fritz Lang (M, O vampiro de Düsseldorf de 1931) entre outros.

O texto aqui traduzido, é representante da segunda fase do Grand Guignol. Crime no hospício (Un crime dans une maison de fous), peça escrita por André de Lorde contando com a colaboração do psicólogo e pedagogo Alfred Binet, em 1925. De Lorde nasceu na França em 1871 e foi um dos principais dramaturgos do Grand-Guignol. Escreveu ao longo de sua carreira mais de uma centena de peças curtas entre 1901 e 1926, explorando, principalmente, temas ligados à loucura e à demência.

Ao telefone

31 de março de 2011 Traduções

Introdução

O público se prepara para mais uma sessão no instigante Teatro do Grand Guignol. A tensão e a expectativa tomam conta do lugar. O local? Rua Chaptal, Paris. A época? Final do século XIX. O Grand Guignol é o nome de um teatro parisiense inaugurado em 1897 e que funcionou até o ano de 1963. Sua especialidade eram os espetáculos que se caracterizavam pelo tom macabro e pela violência. O sucesso alcançado foi tanto que se espalhou por vários países da Europa e foi uma das grandes inspirações do cinema de horror britânico, americano e do cinema expressionista alemão. O nome “Guignol” é oriundo de um boneco criado na França no final do século XIII e que se popularizou por fazer sátiras políticas.

O teatro da Rua Chaptal era o local das experimentações do seu primeiro diretor, Oscar Métenier. Métenier defendia a abolição dos limites impostos pelas convenções cênicas da época, em que a frontalidade para com o público estava em voga. Ele buscava uma maior autenticidade na ficção. Seu principal objetivo era a concepção de um espaço teatral baseado na reorganização da realidade das cenas. Os atores poderiam então se desvincular da imposição de se postar ”teatralmente” e agir como se estivessem em suas próprias casas (entrar e sair de cena queria dizer entrar e sair de um quarto ou sala, e não mais de uma cenografia que ”representava” o lugar). Paralelamente às inovações estruturais da direção recém-surgida, mudavam também os próprios conteúdos das representações, influenciados pela poética do teatro e da literatura realistas, de autores como Edgar Alan Poe e André de Lorde.

Grand Guignol, cinema e quadrinhos

25 de abril de 2010 Críticas
Foto: divulgação.

A peça Nervo Craniano Zero, que esteve em cartaz no mês de março dentro da Mostra Fringe do Festival de Curitiba, foi escrita e dirigida por Paulo Biscaia Filho e encenada pela companhia curitibana Vigor Mortis, que desde 1997 pesquisa e trabalha a linguagem do Grand Guignol. O gênero se baseia nas estéticas do Teatro de Horror de Paris e surgiu no final do século XIX na França. Teve como inspiração inicial as obras de escritores como Edgar Alan Poe e André de Lorde (le prince de terreur) e encaixou-se perfeitamente no espírito decadentista que dominou a literatura francesa do período. O traço marcante do Grand Guignol é a exploração do terror e da violência em cena. É a partir deste contexto que vem à cena Nervo Craniano Zero, trazendo para a contemporaneidade esta linguagem, com uma roupagem que rende ainda homenagens aos mestres dos quadrinhos noir como Will Eisner, Frank Miller e Garth Ennis e ao cinema do diretor canadense David Cronenberg, um dos mestres do cinema de terror e violência.

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A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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