Autor André de Lorde

Crime no hospício

28 de dezembro de 2012 Traduções

INTRODUÇÃO

O Théâtre du Grand Guignol foi fundado em Paris em 1897 e esteve em atividade por mais de meio século, encerrando suas atividades em 1963. O Grand Guignol ficou conhecido mundialmente por celebrizar peças de terror, que contribuíram para a fixação de um gênero próprio que tomou o nome do próprio teatro. “Guignol” era o nome original de uma personagem de fantoche, de comportamento violento e satírico, que se assumia como o protagonista de espetáculos de fantoches na França do século XVIII. O Grand Guignol substituiu os bonecos por atores de carne e osso e manteve os temas, especializando-se cada vez mais na representação de enredos violentos, macabros e repletos de crimes horrendos. As primeiras peças inspiravam-se em autores com Edgar Allan Poe, entre outros e enquadravam-se bem no espírito decadentista que dominou a literatura francesa do final do século XIX. O gênero parisiense influenciou cineastas da escola expressionista alemã como Friedrich Wilhelm Murnau (Nosferatu, uma sinfonia de horrores, 1922) e Fritz Lang (M, O vampiro de Düsseldorf de 1931) entre outros.

O texto aqui traduzido, é representante da segunda fase do Grand Guignol. Crime no hospício (Un crime dans une maison de fous), peça escrita por André de Lorde contando com a colaboração do psicólogo e pedagogo Alfred Binet, em 1925. De Lorde nasceu na França em 1871 e foi um dos principais dramaturgos do Grand-Guignol. Escreveu ao longo de sua carreira mais de uma centena de peças curtas entre 1901 e 1926, explorando, principalmente, temas ligados à loucura e à demência.

Ao telefone

31 de março de 2011 Traduções

Introdução

O público se prepara para mais uma sessão no instigante Teatro do Grand Guignol. A tensão e a expectativa tomam conta do lugar. O local? Rua Chaptal, Paris. A época? Final do século XIX. O Grand Guignol é o nome de um teatro parisiense inaugurado em 1897 e que funcionou até o ano de 1963. Sua especialidade eram os espetáculos que se caracterizavam pelo tom macabro e pela violência. O sucesso alcançado foi tanto que se espalhou por vários países da Europa e foi uma das grandes inspirações do cinema de horror britânico, americano e do cinema expressionista alemão. O nome “Guignol” é oriundo de um boneco criado na França no final do século XIII e que se popularizou por fazer sátiras políticas.

O teatro da Rua Chaptal era o local das experimentações do seu primeiro diretor, Oscar Métenier. Métenier defendia a abolição dos limites impostos pelas convenções cênicas da época, em que a frontalidade para com o público estava em voga. Ele buscava uma maior autenticidade na ficção. Seu principal objetivo era a concepção de um espaço teatral baseado na reorganização da realidade das cenas. Os atores poderiam então se desvincular da imposição de se postar ”teatralmente” e agir como se estivessem em suas próprias casas (entrar e sair de cena queria dizer entrar e sair de um quarto ou sala, e não mais de uma cenografia que ”representava” o lugar). Paralelamente às inovações estruturais da direção recém-surgida, mudavam também os próprios conteúdos das representações, influenciados pela poética do teatro e da literatura realistas, de autores como Edgar Alan Poe e André de Lorde.

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A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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