Autor Pedro Allonso

Imersão na materialidade

29 de agosto de 2012 Críticas
Foto: Divulgação.

O espetáculo Auch, apresentado no Rio de Janeiro na segunda edição do Festival De Trupe: encontro de grupos teatrais, organizado pelo grupo Milongas, situa o espectador no encontro de uma pletora de teatralidades, calcada no empenho dos integrantes do grupo chileno Teatro Phi de elaborar situações, ritmos, sonoridades e visualidades a partir do preenchimento de objetos como baldes, galões, latas e outros elementos, de utilidade cotidiana definida, no espaço do palco. A escrita cênica da peça se define pelo rigor com que os atores-performers executam partituras de movimento e outras criações coreográficas de visível complexidade.

Correspondências que ultrapassam os tempos

31 de julho de 2012 Críticas
Foto: Divulgação.

A narrativa do espetáculo que está em cartaz no Poeirinha, Eu é um outro, dirigido por Isabel Cavalcanti e com dramaturgia assinada por Pedro Brício, constitui-se de fragmentos que recriam, no palco, a vida particular do poeta francês Artur Rimbaud. Intercalam-se a essas imagens, outros dois episódios que se aproximam do nosso tempo presente, instaurando conflitos que se deixam afetar pelo legado literário do poeta.

A multiplicidade das sensações

23 de junho de 2012 Críticas
Foto: Divulgação.

O Centro Cultural Municipal Oduvaldo Vianna Filho, o Castelinho, abrigou, durante o mês de maio, o espetáculo Por que você é pobre?. A montagem, concebida e dirigida por Tania Alice, teve sua dramaturgia processada em colaboração por integrantes do coletivo de performance Heróis do Cotidiano, formado pelos atores André Marinho, Daniele Carvalho, Larissa Siqueira, Luciano Maia, Mariana Simoni, Renata Sampaio, Rodrigo Abreu e Tania Alice. Agregaram-se a eles uma equipe técnica formada por profissionais da fotografia, do vídeo e das artes plásticas. O interesse pela temática surgiu de uma necessidade desse grupo de ir às ruas e de ouvir da sociedade o que caracterizaria, para cada um, o conceito de pobreza em suas diferentes nuances e significações simbólicas. O material resultante desse contato foi transformado em expressão estética, que joga com diversas possibilidades de recepção ao fragmentar a estrutura narrativa em eixos temporais e espaciais que estilhaçam, por completo, a possibilidade do espectador de assistir e contemplar um resultado único, coeso e totalizante.

A história que permanece

26 de maio de 2012 Críticas
Foto: Guga Melgar.

“Sem dúvida, somente a humanidade redimida poderá apropriar-se totalmente do seu passado.”
Walter Benjamin

A companhia Alfândega 88 apresenta, no palco do Teatro Serrador, o espetáculo A negra Felicidade. Sob a direção de Moacir Chaves, a montagem é organizada a partir da alternância de diferentes registros de escrita, entrecruzando vozes de elementos narrativos diversos, como dois autos de um processo jurídico, retirados dos arquivos públicos da cidade do Rio de Janeiro, de fins do século XIX, classificados do Jornal do Commercio da mesma época, um sermão religioso e, por fim, o fragmento de um solilóquio, extraído da peça O jardim das cerejeiras, de Tchekov. Os quadros são dispostos de forma fragmentada e forjam sentidos na medida em que a sucessão dos fatos deixa entrever uma necessidade do diretor de trazer, para o debate público, as mazelas que herdamos dos procedimentos de conduta éticos e morais do passado.

Narrativa e intensidade dos afetos

29 de março de 2012 Críticas

O espetáculo Música para cortar os pulsos foi apresentado à plateia carioca, no mês de fevereiro, no Espaço SESC, em Copacabana. Depois de viajar por algumas capitais brasileiras, o grupo Empório de Teatro Sortido retorna ao mesmo bairro, no Teatro Gláucio Gill, no mês de abril, em mais um período de temporada.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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