Tag: Larissa Siqueira

As breves aparições de beleza que levo comigo

1 de maio de 2023 Críticas

Pode até parecer muito distante, mas não é. A vivência traumática da pandemia de covid-19 foi logo ali e, certamente, ainda estamos lidando com suas marcas, embora o desejo seja o de esquecer aqueles dias de confinamento, dor, revolta e luto. Naquele março de 2020, o tempo parecia suspenso e era muito difícil imaginar um futuro, era como se de repente nos tivessem roubado todo o horizonte. Eu tive medo da morte, talvez você tenha tido e a artista Larissa Siqueira também teve. Como visitar o amanhã era assustador, muitas vezes, tudo o que tínhamos era a possibilidade de andar livremente por nossas memórias e, nelas, reencontrar afetos, momentos marcantes, paisagens e tocar, de algum modo, esse rastro de vida que cada pessoa leva atrás de si.

Negro-vida em oposição ao Negro-tema

25 de agosto de 2022 Críticas

Eu tenho direito ao espaço que ocupo na nação, nessa nação.
(…) A terra é meu quilombo. O meu espaço é o meu quilombo.
Onde eu estou, eu estou, onde eu estou, eu sou. 

Beatriz Nascimento

O 8° Festival Midrash de Teatro, idealizado por Nilton Bonder, com curadoria de Vilma Melo e Natasha Corbelino, reuniu presencialmente 20 peças teatrais e ações formativas no período de 01 a 28 de maio de 2022 no Teatro Café Pequeno, no Leblon. Foi uma mostra extensa do teatro produzido por artistas negros que estabeleceu um deslocamento geográfico, étnico, político e cultural na cidade. Tratou-se de um festival de Teatro Negro por contemplar produções teatrais que tinham como característica em comum a predominância de artistas negros, contrariamente ao que é praticado no sistema cultural de uma maneira geral. Para mim, o festival buscou evidenciar distintas produções não monolíticas que não reforçassem a ideia de Teatro Negro como monocultura. No entanto, para além dos diversos modos de produção e estéticas, podemos perceber pontos de convergência no que tange às negritudes, termo cunhado pelo poeta martinicano Aimé Cesaire e tão caro a Abdias do Nascimento e ao Teatro Experimental do Negro aqui no Brasil, inspiração para a maioria dos artistas racializados desse país.

A multiplicidade das sensações

23 de junho de 2012 Críticas
Foto: Divulgação.

O Centro Cultural Municipal Oduvaldo Vianna Filho, o Castelinho, abrigou, durante o mês de maio, o espetáculo Por que você é pobre?. A montagem, concebida e dirigida por Tania Alice, teve sua dramaturgia processada em colaboração por integrantes do coletivo de performance Heróis do Cotidiano, formado pelos atores André Marinho, Daniele Carvalho, Larissa Siqueira, Luciano Maia, Mariana Simoni, Renata Sampaio, Rodrigo Abreu e Tania Alice. Agregaram-se a eles uma equipe técnica formada por profissionais da fotografia, do vídeo e das artes plásticas. O interesse pela temática surgiu de uma necessidade desse grupo de ir às ruas e de ouvir da sociedade o que caracterizaria, para cada um, o conceito de pobreza em suas diferentes nuances e significações simbólicas. O material resultante desse contato foi transformado em expressão estética, que joga com diversas possibilidades de recepção ao fragmentar a estrutura narrativa em eixos temporais e espaciais que estilhaçam, por completo, a possibilidade do espectador de assistir e contemplar um resultado único, coeso e totalizante.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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