Autor Pedro Allonso

Narrativa e cena

8 de agosto de 2010 Críticas

Guy de Maupassant, monólogo em cartaz no pequeno espaço do Teatro Solar de Botafogo, traduz para a linguagem cênica quatro histórias curtas do autor francês que viveu e influenciou a sociedade parisiense com uma intensa criação literária na segunda metade do século XIX. A atriz Joana Ferry divide-se entre as funções de narradora e personagem, apresentando para a plateia os contos No campo, Senhorita Perle, A morta e O horla.

Com o pretexto de homenagear o aniversário de 160 anos de nascimento do escritor, comemorados neste mês de agosto, me parece crer que a encenação de Evandro Meirelles Santos foi estruturada a partir do eixo combinatório que privilegiou a produção do autor francês em sequência cronológica por ano de publicação e conteúdo temático, elegendo para as duas primeiras narrativas apresentadas, escrituras com características predominantemente realistas tanto nas descrições de tipos quanto nas situações identificáveis vividas pelos mesmos, e nas duas últimas, opta por selecionar passagens onde o autor instaura o rompimento lógico e causal das coisas vivenciadas pelos protagonistas, evocando atmosferas que lembram relatos de pesadelo e loucura.

Criação dramatúrgica e recepção crítica

14 de julho de 2010 Estudos

Texto apresentado para a 9ª Jornada de Iniciação Científica da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 16/06/2010.

I. Introdução

Esta comunicação se destina, como tarefa primordial, a investigar a produção estética instauradora de novas possibilidades de criação ficcional, no espaço do palco, a partir da experimentação e manipulação de textos originalmente escritos para publicação em livro. Em particular, pretendo me debruçar, de maneira detalhada, na análise da produção cênica e dramatúrgica de montagens oferecidas ao público carioca, no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil, pela Companhia Aberta. O grupo tinha a liderança da encenadora Bia Lessa, que em curto espaço de cinco anos (tempo que durou a companhia) apresentou versões singulares de quatro espetáculos baseados em obras da literatura universal. São estes: Orlando, romance da escritora inglesa Virgínia Woolf, Cartas portuguesas, baseado em cartas escritas pela freira portuguesa Mariana Alcoforado no século XVII, Viagem ao centro da Terra, romance de espírito cientificista de Julio Verne e, finalmente, O homem sem qualidades, obra inacabada do austríaco Robert Musil. Para tanto, a metodologia aplicada elegeu, como fonte essencial de busca e apreensão de dados sobre as encenações, os discursos de materiais jornalísticos publicados em suplementos culturais à época da encenação, coletados no arquivo histórico do próprio CCBB.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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