Autor Daniel Schenker

O humano entre os extremos

16 de janeiro de 2009 Conversas
Gilberto Gawronski na peça Medida por Medida. Foto: Paulo Severo.

Alguns autores vêm sendo determinantes na carreira de Gilberto Gawronski, como Bernard-Marie Koltès (Roberto Zucco, Na Solidão dos Campos de Algodão), Caio Fernando Abreu (Uma História de Borboletas, A Dama da Noite, Do Outro Lado da Tarde) e Hans Christian Andersen (O Soldadinho de Chumbo, A Nova Roupa do Imperador e O Patinho Feio). William Shakespeare, também. Depois de participar como ator de montagens de Sonho de uma Noite de Verão e Rei Lear, Gawronski, que se formou pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) e passou um ano e meio nos Estados Unidos, apresenta agora a sua versão de Medida por Medida em espetáculo em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

O desafio da ausência de conflito

16 de janeiro de 2009 Conversas

Com a carreira estabelecida à frente da bem-sucedida Cia. Atores de Laura, que conduz ao lado de Susanna Kruger, Daniel Herz começou a se exercitar no musical – primeiro em Geraldo Pereira, um Escurinho Brasileiro e depois em Otelo da Mangueira. Diante da boa receptividade de público e crítica alcançada com os dois trabalhos, aceitou o convite do ator Marcelo Serrado para dirigir Tom & Vinicius, atualmente em cartaz no Teatro João Caetano depois de cumprir temporada de quatro meses em São Paulo. Com texto de Daniela Pereira de Carvalho, dramaturga que vem realizando vôos solos após anos de parceria com a Cia. Os Dezequilibrados, o musical valoriza a dimensão poética do encontro entre Tom Jobim e Vinicius de Moraes. 

DANIEL SCHENKER – Por que você decidiu enveredar pelo ramo dos musicais?

DANIEL HERZ – Considero como a dimensão do acaso. Quando fui convidado por Cristina Lara Resende para fazer Geraldo Pereira, um Escurinho Brasileiro, nunca tinha passado pela minha cabeça entrar no campo dos musicais. Logo, desenvolvi parceria com Josimar Carneiro, na direção musical. Na verdade, eu, Josimar e Márcia Rubin formamos uma pequena equipe. Já estamos pensando no próximo trabalho juntos. 

O coração como alvo

10 de janeiro de 2009 Críticas

Através de O Silêncio dos Amantes, o diretor Moacyr Góes parece anunciar uma retomada da linha de pesquisa que vinha desenvolvendo há cerca de 20 anos no Espaço III do Teatro Villa-Lobos. Esta “proposta” desponta no próprio nome escolhido para batizar a nova companhia, Escola 2 Bufões, que remete, imediatamente, ao talvez principal espetáculo realizado pelo diretor naquela época – A Escola dos Bufões, de Michel de Guelderode.

De fato, em O Silêncio dos Amantes, que transporta para o palco quatro contos de Lya Luft (O Anão, O que a gente não disse, Um Copo de Lágrimas e A Pedra da Bruxa) extraídos de seu livro homônimo, Moacyr Góes reedita alguns recursos que evocam montagens apresentadas não necessariamente no período referido. Um bom exemplo é a utilização de objetos em miniatura, que traz à lembrança a sua versão de Peer Gynt, de Ibsen. Entretanto, muito mais do que no final da década de 80 e na primeira metade dos anos 90, o diretor demonstra agora querer falar ao coração do espectador.

Uma companhia com escrita personalizada

10 de dezembro de 2008 Conversas

Inveja dos Anjos remete a um passado distante, anterior ao surgimento da Armazém Companhia de Teatro, em 1987, em Londrina, com a encenação de Aniversário de Vida, Aniversário de Morte. A estrada de ferro que corta a cidade interiorana, contexto deste novo espetáculo, traz à tona imagens de Cornélio Procópio, onde nasceu o diretor Paulo de Moraes.

De lá para cá, muito tempo passou. Fundada com o inusitado nome de Companhia Dramática Bombom pra que se Pirulito tem Pauzinho pra se Chupar, rebatizada de Bombom e depois de Armazém, a companhia desembarcou no Rio de Janeiro na primeira metade da década de 90 com A Ratoeira é o Gato, encenação que logo conquistou elogios e curiosidade de público e crítica. Não demorou muito para se mudar definitivamente para o Rio, durante a temporada de Sob o Sol, em meu Leito, após a Água.

Cena poluída por interferências

10 de dezembro de 2008 Críticas
Atores: Graciela Pozzobom, Ângela Rebello e Emílio de Mello. Foto: divulgação.

Mais do que trazer à tona a carga de não-dito contida nas relações entre as personagens, Tennessee Williams, tanto em suas peças curtas quanto nas mais consagradas, é um dramaturgo voltado para figuras que se distanciam da esfera do real através da criação de universos paralelos, onde passam a habitar. A hóspede da pensão barata de A Dama da Lavanda, uma das três peças que compõem a seleção do espetáculo Quartos de Tennessee (as outras são Fale Comigo como a Chuva… e O que não foi Dito), está diretamente ligada à Blanche Dubois, protagonista de Um Bonde chamado Desejo, no que se refere à construção de um mundo próprio, bem menos cruel que a realidade. Muitas das criaturas de Tennessee parecem atravessadas por uma sensação de permanente desajuste.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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