Edição: outubro, 2011

Vol. IV, nº 37, outubro de 2011

25 de outubro de 2011 Editoriais

A edição de outubro de 2011 da Questão de Crítica traz, na seção de críticas, o texto de Daniel Schenker sobre a peça Luis Antônio-Gabriela, de Nelson Baskerville, que esteve em cartaz no Rio no Tempo Festival. Do XVIII Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente, cidade do interior do Estado de São Paulo, Igor de Almeida Silva apresenta uma seleção de cinco críticas. Neste recorte, alguns dos espetáculos mais significativos das mostras de teatro adulto e de rua: Das saborosas aventuras de Dom Quixote de La Mancha e seu fiel escudeiro Sancho Pança, direção de André Carreira, pelo Grupo Teatro que Roda, de Goiânia; Um dia ouvi a lua, de Luís Alberto Abreu, direção de Eduardo Moreira, pela Cia. Teatro da Cidade, de São José dos Campos-SP; Este lado para cima – isto é e não é um espetáculo, direção de Fábio Resende e Ademir de Almeida, pela Brava Companhia, de São Paulo; Até que a morte nos separe, baseado nos contos de A vida como ela é, de Nelson Rodrigues, com direção de Denilson Biguete, pela Mênades & Sátiros Cia. de Teatro, de Presidente Prudente, e 2º D. Pedro 2º, texto de Carlos Canhameiro, provocação cênica de Fernando Villar, pela Cia. Les Commediens Tropicales, de São Paulo.

A seção de processos traz um artigo de Janaina Leite, integrante do Grupo XIX de Teatro, de São Paulo, sobre o conceito de teatro documentário e a criação da peça Festa de separação: um documentário cênico, criada em parceira com Fepa. Neste mês, Janaina Leite está no Rio para ministrar oficina sobre Teatro Documentário no SESC.

Estendendo o olhar até Portugal, na seção de conversas, Ana Bigotte Vieira e o ator e encenador Gonçalo Waddington falam sobre O judeu, montagem do grupo Dood Paard a partir da peça de Christopher Marlowe, O judeu de Malta. O espetáculo, apresentado no Festival de Almada 2011, é uma co-produção do Teatro Maria Matos, de Lisboa, com o coletivo Mundo Perfeito.

Na TV Questão de Crítica, nosso canal no Vimeo, em breve veiculamos o vídeo em que Dâmaris Grün, Pedro Allonso e Raphael Cassou conversam com o ator Marcelo Olinto sobre a montagem da peça de Brecht, Na selva das cidades, dirigida por Aderbal Freire-Filho, que esteve em cartaz no CCBB do Rio. Também veicularemos o vídeo do Encontro Pensamento de outubro, debate realizado na Ocupação Complexo Duplo do Teatro Gláucio Gill sobre a peça Un camino solo, de Walter Daguerre. O Encontro Pensamento é uma parceria da Questão de Crítica com o Complexo Duplo e tem curadoria de Dâmaris Grün e Humberto Giancristofaro.

Em novembro, vamos fazer o 1º Encontro Questão de Crítica: de 12 a 17 de novembro no Galpão Gamboa, com patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura. Uma das principais atividades do evento é a Oficina de Crítica de Teatro, que será realizada em dois módulos: o primeiro será ministrado por Luciana Romagnolli e o segundo por Valmir Santos. O primeiro módulo vai acontecer de 14 a 17 de novembro das 15h às 18h. Os interessados devem enviar e-mail para contato@questaodecritica.com.br com um breve currículo. A programação completa está  no blog do evento: http://www.questaodecritica.com.br/encontro/.

Colaboraram nesta edição:

Ana Bigotte Vieira, Daniel Schenker, Igor de Almeida Silva, Janaina Leite.

Editora:

Daniele Avila Small.

Questão de Crítica – revista eletrônica de críticas e estudos teatrais

ISSN 1983-0300
Vol. IV, nº 37, outubro de 2011

Dood Paard: O Judeu

21 de outubro de 2011 Conversas
Foto: Divulgação.

Nota: Foi mantida a grafia do português de Portugal.

“Dood Paard é um coletivo experimental de vanguarda. O grupo trabalha sem diretor. As produções se dão em um processo coletivo, durante o qual os atores trabalham juntos com técnicos permanentes e – dependendo do projeto – com um DJ, escritores, músicos e, muitas vezes, atores convidados.” in: http://www.nl-berkshires.org/art/doodpaard.html

O judeu integrou a programação do Festival de Almada 2011, no Teatro Maria Matos, em Lisboa.

ANA: Na ficha técnica de O Judeu aparece escrito “um espectáculo pelos actores e pelos técnicos”. Como é trabalhar num grupo que se define como um colectivo experimental, a trabalhar sem encenador (1)?

Distanciamento para abordar a intimidade

20 de outubro de 2011 Críticas
Foto: Divulgação.

A natureza íntima de um projeto como o de Luis Antonio-Gabriela, que desembarcou no Rio de Janeiro para duas apresentações no Tempo Festival das Artes, gerou a necessidade de distanciamento, característica que marca a montagem. Disposto a trazer à tona a sua história familiar – em especial, a relação abortada com o irmão Luis Antonio, que, ao se tornar transexual, migrou para Bilbao, onde viveu durante mais de 20 anos afastado dos parentes mais próximos –, o diretor Nelson Baskerville se valeu de mecanismos de afastamento.

Dom Pedro II e as ruínas da História

19 de outubro de 2011 Críticas

No Teatro Municipal Procópio Ferreira, durante o XVIII Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente, o palco é todo coberto por uma lona de caminhão. Ao fundo, uma cortina branca. Nas laterais, formando quase um semicírculo, armários de arquivo de escritório. E ainda dois microfones. Um espaço indeterminado que remete a um escritório, um arquivo público ou um depósito. Este é o ambiente do 2º D. Pedro 2º, espetáculo da Cia. Les Commediens Tropicales, grupo de São Paulo/SP, que funde as linguagens da performance, do teatro e das novas mídias.

Dom Quixote e a invasão da poesia

19 de outubro de 2011 Críticas

O espetáculo Das saborosas aventuras de Dom Quixote de la Mancha e seu escudeiro Sancho Pança (um capítulo que poderia ter sido) inicia-se de modo inusitado para a maior parte do público que se aglomerava na praça Nove de Julho, no centro de Presidente Prudente, interior de São Paulo. Um grupo de jovens vestidas de noiva aparece inesperadamente, caminhando em direção a uma fonte, localizada no meio da praça. Lá, ocupando diferentes posições, assumem o aspecto de figuras estatuárias, fundindo-se à paisagem urbana e tornando-se objetos de contemplação para o público que passa, indaga e tira fotos.

Jogando com Nelson Rodrigues

18 de outubro de 2011 Críticas

Até que a morte nos separe, da Mênades & Sátiros Cia de Teatro, grupo de Presidente Prudente, apresentou no Festival Nacional de Teatro da respectiva cidade uma criativa versão de A vida como ela é, de Nelson Rodrigues, baseada nos contos O pastelzinho, Desastre de trem, O pediatra, Noiva da morte e Perfume de mulher.

Retrato do amor quando jovem à moda caipira

18 de outubro de 2011 Críticas

Inspirado em três canções da dupla caipira Tonico & Tinoco, o espetáculo Um dia ouvi a lua, de Luís Alberto Abreu, direção de Eduardo Moreira, pela Cia. Teatro da Cidade, de São Bernardo dos Campos/SP, traz ao palco do Teatro Municipal Procópio Ferreira, durante o XVIII Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente, o universo caipira do interior paulista, com seu humor, personagens típicos, ditos populares e, sobretudo, música e estórias de amor.

Teatro documentário ou sob o risco do real

12 de outubro de 2011 Processos
Foto: Divulgação.

Experimentamos o poder de representação da cena e o fato de que tudo que nela é mostrado se torna automaticamente teatro, mas pesquisamos também, o modo como o olhar se modifica segundo a natureza daquilo que é colocado em cena. São peças onde não se sabe mais onde começa o teatro e onde acaba a realidade. Trata-se de percepção, de recognição do mundo e, particularmente, dos homens.
(texto extraído do site do coletivo alemão Rimini Protokoll)

Na busca de entender o que na cena contemporânea vem se convencionando chamar de Teatro Documentário (1), é que desenvolvemos a breve exposição que se segue. Essa primeira fase da reflexão foi um desdobramento do experimento Festa de separação: um documentário cênico (2008) (2), espetáculo que tem sua dramaturgia e cena constituídas por material autobiográfico elaborado a partir de festas de separação, verdadeiros happenings, que foram a base do processo de criação. Nos perguntamos então sobre as implicações de uma cena constituída a partir do “real” e passamos a refletir sobre os diferentes pressupostos e elaborações através de obras de artistas como a argentina Vivi Tellas ou o coletivo alemão Rimini Protokoll.

Newsletter

Edições Anteriores

Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

Edições Anteriores