Tag: tiago rodrigues

Teatro, ensino e aprendizagem

29 de maio de 2020 Estudos

Artista em foco da edição de 2020 da MITsp, o dramaturgo português Tiago Rodrigues apresentaria dois espetáculos na mostra: By heart (2013) e Sopro (2017). Devido a sanções decorrentes da expansão da COVID-19, apenas o primeiro espetáculo chegou a ser apresentado, não permitindo a visão do trabalho do artista pensada originalmente pela curadoria do festival. No entanto, a estreia de By heart reverberou muitas ideias por entre as diversas instâncias de debate possibilitadas pela MITsp – entrevista pública com o artista, diálogo transversal e prática da crítica –, trazendo à tona elementos latentes na proposta cênica deste espetáculo de 2013. Quando confrontado com noções mais ou menos correntes no público cativo de um festival como a MITsp, By heart foi analisado e questionado à luz do pensamento feminista, negro e decolonial, o que promoveu tensões e choques com a sua dramaturgia.

Toda a Europa:

4 de setembro de 2018 Estudos

“Teatro e literatura são artes diferentes”[1], repete Osório Mateus, fazendo desta afirmação o convincente refrão do ensaio “Teatro e Literatura”. “Teatro e literatura são artes diferentes”, repete o professor, crítico, tradutor, encenador e ensaísta português. Na sua explanação vai provando porque entende que teatro e literatura são “objectos distintos do saber e implicam métodos de conhecimento diferentes”[2]. As suas explicações atravessam questões epistemológicas, perscrutam o contexto laboral envolvido na produção de cada uma das artes, atentam na especificidade dos “objectos produzidos pelas duas artes”[3], sinalizam a diferença de estatuto dos “discursos críticos ou teóricos sobre as duas práticas”[4] e das possibilidades de conhecimento, acesso e arquivo de cada uma destas artes, contemplando também a mutação histórica na noção de género e da relação entre, precisamente, teatro e literatura.

A dobra da doxa

30 de abril de 2013 Críticas
Foto: Divulgação.

“A escritura faz do saber uma festa.”
Roland Barthes, Aula.

Se uma janela se abrisse é uma criação do coletivo Mundo Perfeito, de Portugal, uma co-produção do Alkantara Festival e do Teatro Nacional D. Maria II. A peça tem texto e encenação de Tiago Rodrigues, que esteve anteriormente no Rio em 2008 com Yesterday’s Man, espetáculo brilhante de Rabih Mroué, e para dar uma oficina no Teatro Gláucio Gill em 2011, na Ocupação Complexo Duplo. A peça foi criada em setembro de 2010, mas só chega ao Rio em 2013, por ocasião do Festival Dois Pontos, que trouxe para a cidade uma programação que envolve peças de Portugal e criações compartilhadas entre artistas portugueses e brasileiros, apresentadas na Rede Municipal de Teatros.

Nosso balneário turístico não costuma receber o que há de mais interessante no contexto internacional do teatro contemporâneo, a não ser pelos esforços (muitas vezes isolados) dos festivais. O Rio de Janeiro não parece estar nos roteiros de circulação internacional de teatro. Não há um pensamento sobre a cidade – por parte das instituições que podem de fato fazer alguma coisa– que tenha essa preocupação. Assim, a responsabilidade por trazer ao Rio espetáculos como Se uma janela se abrisse fica a cargo da sociedade civil, dos artistas e produtores que estão tentando pensar a programação artística da cidade e fazer algo por ela. É preciso esclarecer que o Festival Dois Pontos acontece na Rede Municipal de Teatros e com patrocínio da Prefeitura, mas não se trata de uma iniciativa da Rede Municipal de Teatros e nem da Prefeitura, e sim dos atuais gestores dos teatros que compõem essa rede, que são gestores temporários, artistas e produtores independentes, que estão provisoriamente na condição de gestores e só podem pensar ações para os teatros que dirigem por um determinado tempo.

Dood Paard: O Judeu

21 de outubro de 2011 Conversas
Foto: Divulgação.

Nota: Foi mantida a grafia do português de Portugal.

“Dood Paard é um coletivo experimental de vanguarda. O grupo trabalha sem diretor. As produções se dão em um processo coletivo, durante o qual os atores trabalham juntos com técnicos permanentes e – dependendo do projeto – com um DJ, escritores, músicos e, muitas vezes, atores convidados.” in: http://www.nl-berkshires.org/art/doodpaard.html

O judeu integrou a programação do Festival de Almada 2011, no Teatro Maria Matos, em Lisboa.

ANA: Na ficha técnica de O Judeu aparece escrito “um espectáculo pelos actores e pelos técnicos”. Como é trabalhar num grupo que se define como um colectivo experimental, a trabalhar sem encenador (1)?

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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