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Otro [ou] Weknowitsallornothing [ou] Ready To

17 de junho de 2010 Traduções
Foto: divulgação

O trabalho experimental do Coletivo Improviso é tão profusamente multifacetado que desafia sua própria definição, até mesmo num mundo de performances interdisciplinares. Fundado por Enrique Diaz em 1998, o coletivo de nove dançarinos, atores, músicos e um videoartist, existe para facilitar encontros criativos entre artistas de tão variadas disciplinas e formações, para providenciar um espaço comum de oficinas, aprender uns com os outros, pesquisar potenciais novas formas de codificar material e engajar os espectadores. O resultado é uma cornucópia vibrante de movimento, imagem, som e texto, cintilante de sensualidade, riso, ironia e compaixão. Confesso que eu fiquei tão encantada, que fui ver duas vezes. O espetáculo acolhe o espectador com calor e generosidade, faz com que ele vá de encontro a uma exposição enérgica e ricamente texturada da fragmentação e da confusão humanas, para deixar a todos com uma profunda sensação de que tudo está conectado. Cada indivíduo também é uma molécula numa entidade vasta, orgânica e cósmica.

Nome, dança, espaço, alteridade, autoria

31 de maio de 2010 Críticas
Vida. Foto: Bruno Tetto

Procuro aqui puxar e ligar alguns fios. Dois espetáculos fizeram curtas temporadas no Rio de Janeiro nesse mês de maio: Otro or weknowitsallornothing, do Coletivo Improviso, do Rio, e Vida, da Companhia Brasileira de Teatro, de Curitiba. Otro estreou aqui com jeito de pré-estreia, fez três semanas na programação do Projeto Entre, no Espaço Cultural Sérgio Porto e segue para outros países. Vida, depois de estrear no Festival de Curitiba e cumprir temporada por lá, fez seis apresentações no Espaço Tom Jobim.

Conexões históricas e atemporais

19 de março de 2010 Críticas
Atores: Emílio de Mello e Fernando Eiras. Foto: Dalton Valério.

Se o teatro é uma arte efêmera, uma das possibilidades da crítica será a de exercer sua memória. Memória do transitório. Esse poderia até ser o título desse texto, na medida em que escrevo de memória sobre uma peça que dá forma a temporalidades distintas. Este novo olhar sobre a peça só pode ser incorporado no seu sentido mais estrito tendo em vista o fato de sua atualidade. In On It está em cartaz em São Paulo no Teatro FAAP e fará uma incursão na próxima edição do Festival de Curitiba. Este contexto me fez refletir a respeito do potencial que existe em rememorar – termo mais específico ainda quando os fatos passados transitam por meio da linguagem. Quando narramos o evento passado, ele não aparece na sua forma integral ou fidedigna, mas sim, atravessado pelo momento presente que, ao mesmo tempo, resulta de outra série de acontecimentos decorridos.

Sobre In on it e outras coisas

10 de julho de 2009 Conversas

Fernando Eiras e Emílio de Mello. Foto: Dalton Valério .

A conversa com Enrique Diaz foi realizada em 21 de maio de 2009

DANIELA AMORIM – Quando a gente se encontrou, pouco antes do último ensaio aberto da peça In On It, você falou alguma coisa sobre a peça ser “diferente”; você parecia estar fazendo uma distinção entre o que eu veria, ali naquela montagem, e alguma coisa que eu esperaria ver numa peça sua. Isso tem a ver com alguma noção de identidade que você atribui ao seu trabalho, à sua intervenção como diretor numa montagem, e que não estaria tão presente nesta montagem? O que seria isto?

O avesso das convenções teatrais

10 de abril de 2009 Críticas

In on it, peça de Daniel MacIvor, desponta como um exercício intrigante. O termo exercício não diz respeito a um material apenas rascunhado, que não teria atingido um acabamento profissional, e sim a uma dramaturgia em aberto, “indefinida”, propícia à experimentação, principalmente no modo como diretor e atores lidam com a alternância de planos entrelaçados pelo autor.

Ao longo de toda a encenação, Enrique Diaz deixa a impressão de subverter convenções teatrais. Os atores Emílio de Mello e Fernando Eiras transitam, por exemplo, entre registros vocais diversos: no plano em que os personagens surgem “desarmados”, conversando de modo coloquial, suas vozes entram em sintonia com um naturalismo construído, destituído de efeitos; já no plano em que os personagens representam, os atores se valem de uma projeção mais tradicional, mais frequentemente encontrada em apresentações teatrais.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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