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O embranquecimento da pretura

10 de fevereiro de 2018 Críticas
Cássia Damasceno e Grace Passô. Foto: Nana Moraes.
Cássia Damasceno e Grace Passô. Foto: Nana Moraes.

 

Escrevo esse texto a convite da revista Questão de Crítica.
Esse texto não é uma crítica sobre preto.
Preto merece uma crítica detalhada sobre o que preto mostra em cena.

Eu esperei muito tempo para ver preto no palco.
Estava muito ansiosa e cheia de expectativas.
É muita coisa pra se esperar de um espetáculo trazido pela companhia brasileira de teatro chamado preto.
Das dezessete montagens da companhia BRASILEIRA de teatro, apenas três tiveram atores pretos no elenco.
Somente uma dessas três montagens aconteceu antes da chegada de Grace Passô. Nessa primeira montagem, a atriz preta em cena era Cássia Damasceno, também produtora da companhia há anos. Essa primeira peça da companhia BRASILEIRA de teatro com uma atriz preta, só teve apresentações no exterior. No Brasil foram só ensaios abertos.
Significa.
Só agora, em preto, Cássia volta ao palco pela segunda vez com a companhia BRASILEIRA de teatro. Pela primeira vez no Brasil.

Moscou é aqui

26 de janeiro de 2018 Críticas
Foto: Divulgação.
Foto: Divulgação.

Quando estava a caminho do Glauce Rocha, sem saber do que se tratava, contei a um amigo que eu estava indo ver uma peça provavelmente inspirada em Tchekhov, na Irina de As três irmãs. No ônibus, enquanto olhava sem ver a paisagem passando em velocidade de filme mudo – revi ontem O garoto, do Chaplin, e meu filho perguntou por que tudo parecia mais rápido do que na “vida real” – comecei a imaginar uma peça que aproximaria a frustração da caçula de As três irmãs, por não conseguir recuperar o paraíso perdido, e a situação de tantas mulheres que ficaram pelo caminho porque não tinham condições materiais mínimas para realizar os seus desejos, ou, nas palavras de Virginia Woolf, porque não tinham “um teto todo seu” – como tantos artistas na nossa cidade neo-evangélica.

O teatro expandido e a arte permeável de Marcio Abreu

25 de abril de 2016 Conversas

Vol. IX, nº 67 abril de 2016 :: Baixar edição completa em PDF

Resumo: “O teatro é necessariamente uma experiência entre pessoas.” Esta é uma frase que possui força e concisão, predicados que podem ser atribuídos ao diretor e dramaturgo Marcio Abreu, que comanda a companhia brasileira de teatro, com sede em Curitiba – Brasil. A companhia desenvolve um amplo trabalho de pesquisa e produção, em parte explicado por Marcio Abreu nessa entrevista. Ele também nos fala de seu caminho pessoal e profissional pelo teatro, bem como do seu processo criativo e das inúmeras parcerias que vem fazendo ao longo das últimas duas décadas.

Palavras-chave: Teatro Brasileiro, Marcio Abreu, Processo criativo.

Abstract: “Theater is necessarily an experience among people.” The phrase has power and conciseness, predicates that one can attribute to Marcio Abreu, director and playwright. He is the leader of “companhia brasileira de teatro”, based in Curitiba – Brazil. The company develops a wide work of research and production, which is explained by Marcio Abreu in this interview. He also reveals his personal and professional path towards theater, as well as his creative process and uncountable partnerships he has been experiencing over the last two decades.

Keywords: Brazilian Theater, Marcio Abreu, Creative process.

 

“O teatro é necessariamente uma experiência entre pessoas.” Esta é uma frase que possui força e concisão, predicados que podem ser atribuídos ao diretor e dramaturgo Marcio Abreu, que, atualmente, é uma das vozes mais criativas da atual cena brasileira. Marcio Abreu comanda a companhia brasileira de teatro, (assim mesmo em minúsculas, como ele gosta de frisar) com sede em Curitiba.

Virá?

24 de dezembro de 2015 Críticas

Vol. VIII n° 66 dezembro de 2015 :: Baixar edição completa em pdf

Resumo: O texto pretende analisar o espetáculo Projeto brasil, peça da companhia brasileira de teatro, de Curitiba, sob a perspectiva da relação com o espectador, a partir dos conceitos de interpelação e apreensão dos atos de fala de J. L. Austin, das ideias de Althusser e Judith Butler. O texto também aborda a obra como uma síntese e um ponto culminante do trabalho autoral do grupo.

Palavras-chave: interpelação, endereçamento, atos de fala, apreensão, dramaturgia contemporânea

Abstract: The text aims to analyze Projeto brasil, a play by companhia brasileira de teatro, a theatre group from Curitiba, Brazil, studying the relationship the plays proposes to the spectator regarding the concepts of interpellation and uptake in J. L. Austin’s speech acts as well as in the ideas of Althusser and Judith Butler. The article also approaches the work as a synthesis and a high point in the authorial trajectory of the group.

Keywords: interpellation, addressing, speech acts, uptake, contemporary dramaturgy

 

Se eu pergunto e vocês me respondem,

alguém me responde,

podemos começar o diálogo.

Vida, companhia brasileira de teatro

 

Em 2013, em Belo Horizonte, participando do Festival Cenas Curtas do Galpão Cine Horto, assisti a uma cena da companhia brasileira de teatro, com duração de quinze minutos, intitulada Taubira, criada para o festival como demonstração de processo de criação ou como uma experimentação a partir de uma pesquisa do grupo. A cada um dos três dias de festival, depois das apresentações dos grupos locais, assistíamos a uma cena de uma companhia convidada. O grupo Clowns de Shakespeare já tinha apresentado uma bela homenagem ao teatro, cheia de referências à trajetória do Grupo Galpão. A cena da brasileira ficou para o último dia e acabou acontecendo como uma celebração dos encontros do festival.

O teatro, o cinema e a pintura; a presença, a atenção e a escuta

31 de agosto de 2015 Críticas

Vol. VIII, nº 65, agosto de 2015

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Resumo: Análise da peça Krum, do dramaturgo israelense Hanoch Levin com encenação de Marcio Abreu, que estreou no Rio de Janeiro em 2015. A crítica procura identificar procedimentos da encenação que conseguem capturar um estado de atenção no espectador e sua disponibilidade para a escuta.

Palavras-Chave: dramaturgia contemporânea, encenação teatral, recepção teatral

Abstract: Analysis of Krum, a play by Israeli playwright Hanoch Levin staged by Marcio Abreu, which premiered in Rio de Janeiro in 2015. The review aims to identify procedures of the staging of the play that succeeds in capturing the spectator’s state of attention and his willingness to listening.

Keywords: contemporary drama, theatre staging, theatrical reception

 

Depois da estreia no Oi Futuro Flamengo no Rio de Janeiro e da temporada no Sesc Consolação em São Paulo, muito já foi dito sobre a relevância e as qualidades de Krum, espetáculo mais recente da companhia brasileira de teatro (o grupo usa letras minúsculas no seu nome). Se pensássemos a crítica como um mero mecanismo para apontar trabalhos bons e ruins, seria irrelevante publicar mais uma crítica de Krum – a não ser que se quisesse problematizar a quase unanimidade da recepção da peça. Não é o caso desse texto. O que se quer com essa reflexão é procurar entender os porquês, tentar identificar o que acontece na cena, na materialidade do espetáculo, que garante uma espécie de eficácia na relação com o espectador. Eficácia não é um termo confortável, mas vamos assumir o risco. A proposta aqui é identificar dispositivos da cena e tentar entender como eles afetam o espectador – como são efetivos em causar impacto, capturando a atenção e instituindo uma disponibilidade para a escuta.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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