Autor Dâmaris Grün

Para além da montagem de formatura

30 de junho de 2014 Críticas

Vol. VII, nº 62, junho de 2014

Resumo: Análise crítica do espetáculo teatral Yerma, de Federico Garcia Lorca e direção de Renato Carrera com os alunos formandos do primeiro semestre de 2014 da Casa de Artes de Laranjeiras (CAL). O artigo procura analisar a montagem com o olhar sobre sua qualidade técnica empenhada pela força conjunta e o diálogo estabelecido entre direção e alunos formandos.

Palavras-chave: formação artística, grotesco, ritualização

Abstract: Critical analysis of the staging of Yerma, by Federico Garcia Lorca, directed by Renato Carrera with senior students graduating on the first semester of 2014 from CAL (Casa das Artes de Laranjeiras). The article intents to analyze the staging by taking a close look at its technical qualities, which are a result of a joint force and of a conversation between the work of the director and the senior students.

Key-words: artistic training, grotesque, ritualization

O patrão é simples

28 de julho de 2013 Críticas
Foto: Divulgação.

O recente espetáculo da Companhia do Latão, O patrão cordial, tem como ponto de partida duas fontes literárias: a peça O Senhor Puntila e seu criado Matti, de Bertolt Brecht e Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, importante livro que disserta sobre a formação do caráter do homem brasileiro. As duas matrizes dialogam entre si de forma concreta na dramaturgia do espetáculo, escrita por Sérgio de Carvalho, de maneira que é possível verificar como uma obra interferiu na leitura da outra e como ambas estão presentes na dramaturgia final.

Uma mulher decidida

12 de abril de 2013 Críticas

Quando me deparo com montagens teatrais dentro do âmbito universitário, sempre destaco a importância, e o prazer, de ver produções em que o estudante de teatro se permite mais correr riscos do que se deixar seduzir pela ansiedade de fazer uma montagem como um produto acabado, bem feito e sem arestas. Considero de extrema valia trabalhos em que os jovens artistas se permitem expor a dúvida, as perguntas que se fazem durante o processo de produção de uma obra. Esta é uma premissa vital para a discussão do teatro que se faz na atualidade, pois a relação de experimentação e risco que algumas experiências acadêmicas proporcionam abre espaço para um teatro que nos impulsiona à reflexão, a outros modos de fruição como espectador. Por esse viés, volto meus olhos para os recentes trabalhos da XII Mostra de Teatro da UFRJ em que me deparo com uma gama muito diversificada de propostas cênicas, que vão desde trabalhos solos à encenação de um musical do porte de Os miseráveis, por exemplo.

Sensações suspensas e partilhadas

20 de janeiro de 2013 Críticas
Foto: Divulgação.

Nível 6 é o mais recente trabalho do Grupo Garimpo, formado por Ricardo Libertini, Vanessa Silveira e Marina Mercier, que desde 2007 se reúne em volta de projetos que têm em seu cerne a pesquisa da linguagem performática, o processo colaborativo e a busca pelo intercâmbio artístico com companhias de diversas origens e lugares. Uma primeira versão do trabalho, em 2010, tinha um caráter performativo, de intervenção no cotidiano da cidade, já que os atores ocupavam lugares públicos e de grande circulação de pessoas na zona sul carioca e em Niterói, apenas observando e tentando aproximações corporais com os transeuntes. Em 2011, Nível 6 fez apresentações na Mostra Fringe do Festival de Curitiba e dentro do projeto Armazém 19, na sede do Grupo XIX de Teatro. Partindo destas experiências isoladas, em 2012 o grupo resolveu levar o trabalho para o Espaço Rampa, em Ipanema, e em seguida realizou quatro apresentações em outro espaço alternativo, destinado a exposições de fotografia, de artes plásticas, e a peças também, o espaço A Comuna. As experiências na rua, em Curitiba, em São Paulo e nos dois espaços alternativos corroboram a proposta vigente na peça e na pesquisa do grupo, preocupado com a relação de interação entre a cena e o público.

Um convite à trama: entre o real e o ficcional

31 de agosto de 2012 Críticas
Foto: Divulgação.

É culpa da vida que sonhei ou dos sonhos que vivi fez uma primeira temporada dentro da Ocupação Artística Vem! do Teatro Gonzaguinha e agora segue em cartaz na programação da Ocupação Complexo Duplo, no Café do Teatro Gláucio Gill até 24 de setembro. Com texto e direção de Iuri Kruschewsky, recém formado pelo curso de Artes Dramáticas da UniverCidade, o espetáculo é um instigante e corajoso primeiro voo do artista. Podemos vislumbrar em seu trabalho a vontade de experimentar, o desejo de lançar questões que o fazer teatral pode proporcionar. O ano de 2012 para o calendário teatral carioca me parece interessante ao apontar a atenção para diversos trabalhos de jovens artistas que se lançam à prática teatral e que estiveram (e estão) em cartaz no circuito profissional. Há uma nova safra de artistas do teatro que está emergindo na cidade com trabalhos significativos e cheios de seriedade artística e profissional, que vêm dos seus respectivos centros acadêmicos ou de diferentes agrupamentos de artistas de diversas origens e formações.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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