Quando me deparo com montagens teatrais dentro do âmbito universitário, sempre destaco a importância, e o prazer, de ver produções em que o estudante de teatro se permite mais correr riscos do que se deixar seduzir pela ansiedade de fazer uma montagem como um produto acabado, bem feito e sem arestas. Considero de extrema valia trabalhos em que os jovens artistas se permitem expor a dúvida, as perguntas que se fazem durante o processo de produção de uma obra. Esta é uma premissa vital para a discussão do teatro que se faz na atualidade, pois a relação de experimentação e risco que algumas experiências acadêmicas proporcionam abre espaço para um teatro que nos impulsiona à reflexão, a outros modos de fruição como espectador. Por esse viés, volto meus olhos para os recentes trabalhos da XII Mostra de Teatro da UFRJ em que me deparo com uma gama muito diversificada de propostas cênicas, que vão desde trabalhos solos à encenação de um musical do porte de Os miseráveis, por exemplo.