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Towards an Anatomy of Images
Vol. VIII n° 66 dezembro de 2015 :: Download complete pdf file
Abstract: This article examines a production of Swedish playwright Sara Strindberg’s Anatomy of a Snowfall (Dissekering av ett snöfall),[1] staged by Bim Verdier in São Paulo, Brazil in 2015, in terms of the play’s proposals and the production’s relationship to several other plays staged in the city at the same time (two adaptations of Strindberg’s Miss Julie and one of Chekhov’s Three Sisters.) Issues dealt with involve gender as raised by the central character of the play in question, Queen Christina of Sweden, as well as formal staging strategies that determine the production of images and how these are received in the viewer’s imagination.
Keywords: Swedish drama, feminine gender, theatrical reception
The Bim Verdier production of Sara Stridberg’s play Anatomy of a Snowfall, which counted with support from cultural institutions in Sweden, premiered January 2015 at SESC Belenzinho.[2] However, we can begin our analysis by situating this production in context of several related projects that preceded it, as issues brought up in these other productions help us think about the piece in question.
The production was realized as part of an international exchange between Brazil and Sweden, with meetings and rehearsals held in both Uppsala and São Paulo. In the creative team, the director (who was also one of the actors) is of Swedish origin, but lives in Brazil. The other actors are Brazilian and the technical team (responsible for scenery, lighting, costumes and videos), Swedish.
Tensões entre teatro e cinema: notas a partir da MITsp e de experiências de infância
Vol. VIII, nº 65, agosto de 2015
Resumo: A partir da análise de quatro espetáculos apresentados na MITsp 2015 – Woyzeck; Senhorita Julia, Julia e E se Elas Fossem para Moscou? –, a autora analisa relações entre teatro e audiovisual, considerando as tensões entre presença e ausência, corporificação e desincorporação, territorialização e desterritorialização, tempo real e tempo ficcional, passado e presente. Na segunda parte do artigo, investiga outras relações possíveis entre cinema e teatro pela perspectiva das diferentes experiências propiciadas ao espectador.
Palavras-chave: Teatro, cinema, infância, convívio, tecnovívio
Resumen: Con base en el analisis de cuatro piezas presentadas en MITsp 2015 – Woyzeck; Miss Julie, Julia e E se Elas Fossem para Moscou? – la autora del articulo analisa relaciones entre teatro y audiovisual, teniendo em cuenta las tensiones entre presencia e ausencia, corporificación e desincorporación, territorialización y desterritorialización, tempo real y ficcional, pasado e presente. Em la segunda parte del articulo, investiga otras relaciones posibles entre el cine y el teatro desde la perspectiva de las diferentes experiencias que ofrecen al espectador.
Palabras-clave: Teatro, cine, infancia, convivio, tecnovivio
- Quatro cenários para corpos, tempos e espaços ambivalentes
Primeiro cenário: enquanto os atores ocupam nichos transparentes, como aquários, no nível do palco, três telões no alto e ao fundo exibem imagens praticamente iguais às que ocorrem ao vivo, exceto por algum detalhe, alguma mudança no espaço revelada pelo enquadramento.
Segundo cenário: a grande tela em suspenso no alto exibe o filme que está sendo produzido ao vivo pelos atores e técnicos no palco.
Terceiro cenário: por uma porta aberta, vemos os atores contracenarem diante de uma câmera, enquanto a imagem nos é dada por completo (?) no telão ao lado.
Quarto cenário: as atrizes representam entre câmeras uma situação convivial com o público, enquanto na sala ao lado outra plateia assiste à mesma representação cujas imagens são montadas como um filme.
Para dissecar as imagens
Vol. VIII nº64, maio de 2015.
Resumo: O texto pretende analisar a peça Dissecar uma nevasca, da dramaturga sueca Sara Stridsberg, encenada por Bim de Verdier em São Paulo no ano de 2015, a partir das premissas do espetáculo e em relação a outras peças apresentadas na cidade na mesma época. Os assuntos abordados tratam da questão de gênero suscitada pelo personagem central da peça, a Rainha Cristina da Suécia, e das estratégias formais da encenação na lida com a produção de imagens na imaginação do espectador.
Concretude atravessada pela subjetividade
O trânsito entre a afirmação e a suspensão do realismo está na base de A propósito de Senhorita Julia, encenação que localiza no Brasil do século XXI a história da personagem-título, escrita por August Strindberg no final do século XIX. Walter Lima Jr. e José Almino também utilizaram outra apropriação do original de Strindberg, realizada pelo dramaturgo Patrick Marber, que transportou a ação para a Inglaterra da década de 40 do século XX.
Traços por toda parte
Este artigo foi escrito em 2008, numa primeira aproximação com a peça Tentativas contra a vida dela, de Martin Crimp, cujo projeto de montagem foi elaborado no início de 2009 e estreou em maio de 2010 no CCBB de Brasília.
A proposta deste estudo é analisar as peças Grande e pequeno de Botho Strauβ e Tentativas contra a vida dela de Martin Crimp, a partir da idéia de drama de estação. Algumas considerações serão feitas a partir de aproximações entre essas duas peças e O sonho de August Strindberg. Pretendo especular sobre a possibilidade de ler as peças de Strauβ e Crimp como tentativas contra o drama de estação a partir da utilização dessa mesma estrutura.
Em O sonho, a personagem central, Inês, tem o propósito de experimentar o mundo dos homens, vivê-lo. Ela passa por uma série de quadros que contêm situações humanas pelas quais ela precisa passar. Esses quadros têm elementos em comum, entre eles, uma porta que precisa ser atravessada. Há, na dramaturgia de Strindberg, uma luta contra alguma coisa, seja contra a miséria dos homens, como em O sonho, ou contra alguma espécie de destino ou ainda contra culpas do passado, como em O caminho para Damasco. Inês tem uma trajetória. Ela entra no mundo, passa por situações que fazem com que ela conheça esse mundo, depois vai embora com algumas conclusões. Ela não deixa de ser Inês, filha de Indra, e sua opinião sobre os homens, de que eles são dignos de lástima, é a mesma do início ao fim. O protagonista de O caminho para Damasco também não se transforma, ele segue cometendo os mesmos disparates, como jogar dinheiro fora quando está a ponto de ficar sem dinheiro nenhum, e segue esbravejando contra Deus. O percurso que eles fazem é uma espécie de volta sobre si mesmo.