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Tensões entre teatro e cinema: notas a partir da MITsp e de experiências de infância
Vol. VIII, nº 65, agosto de 2015
Resumo: A partir da análise de quatro espetáculos apresentados na MITsp 2015 – Woyzeck; Senhorita Julia, Julia e E se Elas Fossem para Moscou? –, a autora analisa relações entre teatro e audiovisual, considerando as tensões entre presença e ausência, corporificação e desincorporação, territorialização e desterritorialização, tempo real e tempo ficcional, passado e presente. Na segunda parte do artigo, investiga outras relações possíveis entre cinema e teatro pela perspectiva das diferentes experiências propiciadas ao espectador.
Palavras-chave: Teatro, cinema, infância, convívio, tecnovívio
Resumen: Con base en el analisis de cuatro piezas presentadas en MITsp 2015 – Woyzeck; Miss Julie, Julia e E se Elas Fossem para Moscou? – la autora del articulo analisa relaciones entre teatro y audiovisual, teniendo em cuenta las tensiones entre presencia e ausencia, corporificación e desincorporación, territorialización y desterritorialización, tempo real y ficcional, pasado e presente. Em la segunda parte del articulo, investiga otras relaciones posibles entre el cine y el teatro desde la perspectiva de las diferentes experiencias que ofrecen al espectador.
Palabras-clave: Teatro, cine, infancia, convivio, tecnovivio
- Quatro cenários para corpos, tempos e espaços ambivalentes
Primeiro cenário: enquanto os atores ocupam nichos transparentes, como aquários, no nível do palco, três telões no alto e ao fundo exibem imagens praticamente iguais às que ocorrem ao vivo, exceto por algum detalhe, alguma mudança no espaço revelada pelo enquadramento.
Segundo cenário: a grande tela em suspenso no alto exibe o filme que está sendo produzido ao vivo pelos atores e técnicos no palco.
Terceiro cenário: por uma porta aberta, vemos os atores contracenarem diante de uma câmera, enquanto a imagem nos é dada por completo (?) no telão ao lado.
Quarto cenário: as atrizes representam entre câmeras uma situação convivial com o público, enquanto na sala ao lado outra plateia assiste à mesma representação cujas imagens são montadas como um filme.
Para dissecar as imagens
Vol. VIII nº64, maio de 2015.
Resumo: O texto pretende analisar a peça Dissecar uma nevasca, da dramaturga sueca Sara Stridsberg, encenada por Bim de Verdier em São Paulo no ano de 2015, a partir das premissas do espetáculo e em relação a outras peças apresentadas na cidade na mesma época. Os assuntos abordados tratam da questão de gênero suscitada pelo personagem central da peça, a Rainha Cristina da Suécia, e das estratégias formais da encenação na lida com a produção de imagens na imaginação do espectador.
Teatros
Entre 3 e 12 de maio último, estive em Berlim, a convite do Ministério Alemão das Relações Exteriores, para acompanhar algumas das atividades do impressionante Theatertreffen (Encontro teatral), que comemorava em 2013 sua 50ª edição.
Durante os anos da Guerra Fria, o Theatertreffen era uma das raras oportunidades de intercâmbio oferecida aos artistas das duas Alemanhas. Com a reunificação, em 1989, o encontro se tornou a grande festa do teatro, na qual profissionais do mundo do espetáculo de língua alemã se encontram com um público sempre numeroso e interessado, celebrando a diversidade do panorama teatral contemporâneo.
A cada edição, o Festival convida 10 espetáculos selecionados por um júri de 7 críticos que, no ano anterior, percorre grandes e pequenas cidades da Alemanha, Áustria e Suíça para escolher as montagens que mais lhe chamaram a atenção. Essas montagens se caracterizam por ser remarkable (bemerkenwert, em alemão), notable ou attractive, termos empregados pelo crítico Christof Leibold, um dos jurados responsáveis pela seleção ao longo de 2012, em Seminário destinado aos convidados estrangeiros do Festival.