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A Tryple Frontera, texto residual

27 de fevereiro de 2018 Processos

O presente texto residual é, de alguma forma, assim como o trabalho realizado no projeto, um recorrido entre tempos – portanto não respeita uma ordem cronológica do processo – e ainda que sugira uma mirada para o passado, será também a partir de seus bocetos (esboços, rascunhos) que conservam em sua própria natureza algum desejo de futuro. Muitos dos textos e notas não apareceriam materialmente não fosse dessa maneira. Logo, vale salientar, as texturas aqui expostas – um dia rascunhos, hoje ruínas, tudo resíduo – tenta apenas levantar possíveis aspectos do trabalho realizado ao longo do projeto A Tríplice Fronteira / La Triple Frontera / Yvy Marãe’y.

Sobre a teoria do eterno retorno aplicada à revolução no Caribe (Trilogia da Revolução, Vol. II)

25 de abril de 2016 Traduções e

Vol. IX, nº 67 abril de 2016 :: Baixar edição completa em PDF

De Santiago Sanguinetti

Tradução de Diego de Angeli

 

Nota do tradutor: Por se tratar de uma tradução realizada especificamente para publicação, optamos por não fazer nenhum tipo de adaptação ao contexto brasileiro, uma vez que os personagens e eventos citados na obra possibilitam, enquanto leitura, maior diálogo com a história uruguaia e com o estudo realizado pelo autor a partir da noção de revolução na América.

Sobre a teoria do eterno retorno aplicada à revolução no Caribe estreou na Sala Zavala Muniz do Teatro Solís, Montevidéu, em 2 de agosto de 2014.

Argumento contra a existência de vida inteligente no cone sul (Trilogia da Revolução, Vol. I)

27 de maio de 2015 Traduções

Vol. VIII nº64, maio de 2015

Aclaração prévia: as notas de fim se referem a aqueles elementos que adquirem sentido em virtude de sua proximidade temporal e geográfica com o momento e lugar da enunciação. É por esse motivo que necessitarão de adaptação em caso de eventuais encenações em outros lugares e em outras épocas.

Por se tratar de uma tradução realizada especificamente para publicação, optamos por não fazer nenhum tipo de adaptação ao contexto brasileiro, uma vez que os personagens e eventos citados na obra possibilitam, enquanto leitura, maior diálogo com a história uruguaia e com o estudo realizado pelo autor a partir da noção de revolução na América.

Como um punhal nas carnes

22 de dezembro de 2014 Traduções

Vol. VII, nº 63, dezembro de 2014

“Como relato, o amor é uma história que se cumpre, no sentido sagrado: é um programa que deve ser recorrido. O apaixonamento é um drama, se devolvemos a essa palavra o sentido arcaico que lhe deu Nietzsche: ‘O drama antigo tinha grandes cenas declamatórias, o que excluía a ação (esta se produzia antes ou fora de cena). O rapto amoroso (puro momento hipnótico) se produz antes do discurso y atrás do proscênio da consciência: o “acontecimento” amoroso é de ordem hierático: é minha própria lenda local, minha pequena história sagrada que declamo a mim mesmo, e essa declamação de um feito consumado (coagulado, embalsamado) é o discurso amoroso. A jornada amorosa parece então seguir três etapas (ou três atos): está em primeiro lugar, instantânea, a captura (sou raptado por uma imagem); vem então uma série de encontros (visitas, conversas telefônicas, cartas, pequenas viagens) no curso dos quais ‘exploro’ com embriaguez a perfeição do ser amado, ou seja, a adequação inesperada de um objeto ao meu desejo: é a doçura do começo, o tempo próprio do idílio. Esse tempo feliz toma sua identidade de que se opõe (ao menos na lembrança) à ‘sequela’: a sequela é um grande rastro de sofrimentos, feridas, angústias, desamparos, ressentimentos, desesperos, penúrias e armadilhas de que sou presa”.

Roland Barthes, Fragmentos de um discurso amoroso.

“Estás clavada en mí como un puñal en las carnes”

Jorge Caldara e Mario Soto, Pasional. Tango.

A sorte da feia

22 de dezembro de 2014 Traduções

Vol. VII, nº 63, dezembro de 2014

Palco alto de onde uma vitroleira pode observar as mesas de um “café de camareiras”.

Uma vitrola com enorme alto falante e vários discos de goma-laca (78 rpm). Ela se olha como em um espelho no azeviche de um.

VIOLA: Vertigem. Dá vertigem. O olhar. Não o seu, Ferrandís, não seja idiota. Se seu olhar tivesse mexido um fio do meu cabelo, teria imediatamente duvidado quando abria esses olhos arregalados pedindo piedade. Não, o seu olhar não me dá nada. O das pessoas. Vertigem. Um palco é um lugar para isso. Para ser perturbado por eles. Envolvido. Uma vitrine. Um petit tablado. Não sou carne de vitrine, eu. Já vai saber. Não estou feita para ser olhada. Sempre soube. “A sorte da feia”, consolava minha mãe. Não: eu sou de se escutar. Sou de se ouvir. Tudo meu é som. Tudo. O tom de voz: perceba: fecha os olhos, escuta minha voz e me diga. Não é a voz de uma bela? Voz de manequim. Passei a infância ouvindo as meninas bonitas para capturar suas vozes. Para roubá-las. Para copiar o tom e a modulação buscando esse ruído, a beleza que qualquer ouvido privilegiado pode reconhecer. Registrando essa entonação, essa cadência, como uma foto, com esse ouvido absoluto com que Deus me castigou. O tímpano é um órgão mais insondável do que alguém como o senhor pode entender. Não me responde. Não se faça de imbecil. Sei que ainda está vivo e que se cala para me humilhar uma última vez, Ferrandís.

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A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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