Conversas

Nós amamos o centro e o centro nos ama     

24 de dezembro de 2015 Conversas

Vol. VIII n° 66 dezembro de 2015 :: Baixar edição completa em pdf

Resumo: o ensaio a seguir pretende dar visibilidade a algumas questões inter-relacionadas: políticas para urbanidade e cidadania, administração pública e programática sociocultural de equipamentos ociosos, e processos de interlocução social, a partir de episódio recente, ocorrido em novembro deste ano na cidade de São Paulo, em que um grupo teatral e um coletivo de ação social viveram uma espécie de sobreposição espaço-temporal no Vale do Anhangabaú.  Busca-se ampliar a discussão a respeito do episódio, pensando a cidade como palco para ações distintas, que não precisam necessariamente ser conflitantes.

Palavras chaves: A motosserra perfumada; Ateliê Compartilhado TM13, Vale do Anhangabaú, heterotopias, administração pública, São Paulo.

Abstract: the following essay intend to give visibility for some interrelated issues: policies to citizenship, public administration and socio-cultural programmatic of idle equipment , and processes of social dialogue , since aspects of a recent episode , which took place in November this year in the city of São Paulo, envolving a theater group and a collective social action in a kind of spatial and temporal overlap in the Valley of Anhangabaú . The aim is to broaden the discussion about the episode, thinking the city as stage for various actions, which need not be conflicting.

Key-words: A motosserra perfumada; Ateliê Compartilhado TM13, Vale do Anhangabaú, heterotopias, public administration, São Paulo.

 

São Paulo, dezenove de novembro de 2015: entre 12h30 e 14h30 estive conversando com lideranças do Ateliê Compartilhado TM13, todos sentamos na praça ampla do Vale do Anhangabaú. Perguntava à Carla Pena e Kevin Aguero, duas lideranças do coletivo, sobre o histórico de atuação na região, e mais especificamente a respeito do episódio de ocupação das áreas do subterrâneo do Teatro Municipal – assumida publicamente por eles em redes sociais. Entre outras coisas, a dupla me contou a respeito das atividades de cunho sociocultural que oferece a adolescentes e jovens em situação de risco, sobre a ocupação realizada anteriormente (do espaço onde, não sei em que condições, funciona a Escola Municipal de Bailados) e sobre estarem inseridos em ações no Vale com a parceria de outros cem coletivos – a maioria formada por artistas e ativistas das bordas da cidade – há mais de uma década. Havia marcado esta conversa via facebook (desde o início chamei de conversa, e não de entrevista, apesar de me identificar como jornalista) e avisei sobre meu interesse em ouvi-los. Até aquele encontro, nós não nos conhecíamos. Pedro Paulo Rocha, artista e ativista da performance, também participou da conversa.

BR Trans e a potência do corpo performativo

24 de dezembro de 2015 Conversas

Vol. VIII n° 66 dezembro de 2015 :: Baixar edição completa em pdf

Resumo: Trata-se de uma entrevista realizada com Silvero Pereira sobre o processo de criação do espetáculo BR-Trans, bem como sobre a trajetória profissional do ator. Após ganhar o Edital da Funarte, Bolsa Interações Estéticas – Residências Artísticas em Pontos de Cultura, em 2012, Silvero realiza um percurso (auto) biográfico que vai do Nordeste ao Sul do Brasil, unindo histórias que foi coletando ao longo do percurso e da sua experiência com as travestis.

Palavras-chave: transgênero, criação, performatividade

Sommaire: Ceci est une interview avec Silvero Pereira sur le processus créatif du spectacle BR-Trans ainsi que sur la trajectoire professionnelle de l’acteur. Après avoir gagné la bourse de la Funarte, Interações Estéticas – Residências Artísticas em Pontos de Cultura, en 2012, Silvero a suivi un chemin (auto) biographique, à travers d’un voyage du nord-est au sud du Brésil, réunissant des histoires qu’il a recueilli tout au long du parcours et de leur expérience avec des travestis.

Mots-clés: “transgenre”, création, performativité

 

No dia 4/9/2015, entrevistei Silvero Pereira, no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. A peça BR-Trans me impressionou muito pela atuação do ator, pelas ações precisas e a qualidade técnica, trazendo à tona um universo delicado pela temática sociopolítica abordada e pela potência estética que poucas vezes presenciei em um monólogo. Após ganhar o Edital da Funarte, Bolsa Interações Estéticas – Residências Artísticas em Pontos de Cultura, em 2012, Silvero realiza um percurso que vai do Nordeste ao Sul do Brasil, do interior a Porto Alegre, unindo histórias que foi coletando ao longo da vida e da sua experiência com as travestis. Nasce Gisele, travesti criada por ele, que se transforma em ponto de conexão, em porta-voz de inúmeras travestis brasileiras, muitas humilhadas, discriminadas, violadas e assassinadas e que são, por meio do trabalho do ator, “renascidas” em uma cena (auto)biográfica. O contato com as travestis modifica o olhar de Silvero que assume ter sido ele também transfóbico, ao acreditar que o transformista não podia ser considerado artista. Hoje, para ele, o ato de se travestir é parte inerente do processo de criação do coletivo artístico “As travestidas”, do qual faz parte. “Hoje, para a gente, a travesti é um alter ego do ator; a gente se considera ator-trans, porque não é a travesti enquanto discussão de gênero, mas enquanto discussão artística”.

Procurando Laura: legado e arquivo nas urdiduras da autoficção

31 de agosto de 2015 Conversas

Vol. VIII, nº 65, agosto de 2015

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Resumo: Conversa com o realizador Fabrício Moser sobre a montagem Laura. A peça, que tem como tema a trajetória de sua avó, é o encontro do artista com objetos, relatos e documentos que vem à cena contar, poeticamente, a trajetória de uma personagem anônima que teve sua história silenciada pela família e pela comunidade, devido ao trágico desfecho de sua existência.

Palavras-chave: autoficção, arquivo, legado, dramaturgia

Abstract: A conversation with Fabrício Moser about his play Laura. The life of his grandmother is the theme of this work that puts the artist in contact with objects, reports and documents which come to stage to tell, in a poetical way, the story of an anonymous character silenced by her own family and community because of the tragic end of her existence.

Keywords: autofiction, archiving, legacy, dramaturgy

 

“Não sou eu que gosto de nascer

Eles é que me botam para nascer todo dia

E sempre que eu morro me ressuscitam.”

Stella do Patrocínio

A conversa a seguir tem como tema a peça de teatro Laura, idealizada e capitaneada pelo artista Fabrício Moser. A montagem, que estreia no dia 21 agosto, no Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas, Rio de Janeiro, conta a história da busca pelo legado de sua avó, falecida quando o ator tinha apenas nove meses de vida.

Luciano Alabarse, nos bastidores da criação

22 de dezembro de 2014 Conversas

Vol. VII, nº 63, dezembro de 2014

Resumo: Conversa com Luciano Alabarse, coordenador e curador do festival Porto Alegre Em Cena. O festival ocorre desde 1994 na capital do Rio Grande do Sul e já trouxe à cidade importantes nomes do teatro, da música e da dança. Esta entrevista foi realizada em junho de 2014, no Solar Paraíso, sede do festival, em Porto Alegre e faz parte de uma pesquisa de mestrado intitulada Curadoria – notas para uma definição.

Palavras–chave: Curadoria; Teatro; Luciano Alabarse; Festivais; Porto Alegre Em Cena.

Resumen: Plática con Luciano Alabarse, coordinador y curador del festival Porto Alegre em Cena. El festival ocurre desde 1994 en la capital de Rio Grande do Sul y ha traído grandes nombres del teatro, de la música y de la danza a la ciudad. Esta entrevista fue realizada en junio de 2014 en el Solar Paraíso, sede del festival, en Porto Alegre y forma parte de una investigación titulada Curaduría- notas para una definición.

Palabras-clave: Curaduría; Teatro; Luciano Alabarse; Festivales; Porto Alegre em Cena

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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