Autor Cassiana Lima Cardoso
Procurando Laura: legado e arquivo nas urdiduras da autoficção
Vol. VIII, nº 65, agosto de 2015
Resumo: Conversa com o realizador Fabrício Moser sobre a montagem Laura. A peça, que tem como tema a trajetória de sua avó, é o encontro do artista com objetos, relatos e documentos que vem à cena contar, poeticamente, a trajetória de uma personagem anônima que teve sua história silenciada pela família e pela comunidade, devido ao trágico desfecho de sua existência.
Palavras-chave: autoficção, arquivo, legado, dramaturgia
Abstract: A conversation with Fabrício Moser about his play Laura. The life of his grandmother is the theme of this work that puts the artist in contact with objects, reports and documents which come to stage to tell, in a poetical way, the story of an anonymous character silenced by her own family and community because of the tragic end of her existence.
Keywords: autofiction, archiving, legacy, dramaturgy
“Não sou eu que gosto de nascer
Eles é que me botam para nascer todo dia
E sempre que eu morro me ressuscitam.”
Stella do Patrocínio
A conversa a seguir tem como tema a peça de teatro Laura, idealizada e capitaneada pelo artista Fabrício Moser. A montagem, que estreia no dia 21 agosto, no Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas, Rio de Janeiro, conta a história da busca pelo legado de sua avó, falecida quando o ator tinha apenas nove meses de vida.
Duo Beckett
O Projeto Beckett, idealizado por Ana Kfouri, põe em cena duas concepções de espetáculo, explorando o universo ficcional do autor de Godot.
A relação de Ana Kfouri e Isabel Cavalcanti com Beckett não é nova. Em meio à diversidade de projetos e atividades ao longo da carreira (as duas alternam as funções de atriz, diretora e pesquisadora) Samuel Beckett figura, na produção das artistas, de forma expressiva e recorrente.
Ana Kfouri, em 1989, estreou Ponto Limite, sua primeira, de muitas incursões, no universo beckettiano. O texto, escrito em parceria com Lu Grimaldi, contava com a direção de Paulo José e dialogava com a peça que tornou o autor conhecido mundialmente, Esperando Godot. Em 2000, foi a vez da encenação de O Gordo e O Magro Vão Para O Céu, de Paul Auster, autor americano, cujos trabalhos têm, como referência declarada, a obra de Samuel Beckett.