Autor Juliana Pamplona

Imagens de dissociação

24 de dezembro de 2015 Estudos

Vol. VIII n° 66 dezembro de 2015 :: Baixar edição completa em pdf

Resumo: Esse estudo analisa proposições de imagens cênicas de “dissociação” a partir da peça 4.48 Psychosis (Psicose 4.48) de Sarah Kane, da montagem de Hamlet pelo Wooster Group, e da peça Hotel Methuselah do grupo Imitating the Dog.

Palavras chaves: Forma, Sarah Kane, Wooster Group, Imitating the Dog, Shakespeare

Abstract: This article analyses the theatrical images of  “dissociation” proposed on Sarah Kane’s play 4.48 Psychosis, The Wooster Group staging of Hamlet and Imitating the Dog’s play, Hotel Methuselah.

Keywords: Form, Sarah Kane, Wooster Group, Imitating the Dog, Shakespeare

 

“Viver é defender uma forma” – Fredrich Hölderlin

A desvinculação aparece como um sintoma na obra da autora inglesa Sarah Kane, um mote recorrente que endereça experiências limítrofes, rupturas violentas com o “mundo” (ou com o “mundo” conforme o conhecido até então). Trata-se de questões que emergem em sistemas de representações artísticas diversos. Porém, obras e olhares que investigam as fronteiras da existência, como estas que examinam a sensação aguda de desvinculação, isolamento, dissociação, desdobram-se numa equação muito específica quando usam o teatro como campo de expressão. O teatro, essa arte relacional e presencial (mesmo quando se trata de presenças em crise), tensiona em sua especificidade este sintoma irresoluto da desvinculação. O esgarçamento do mote em sua forma teatral (antes mesmo de qualquer operação ligada a procedimento técnico) está na demanda desta arte de uma vivência coletiva, ou, no seu mínimo, na conexão com outro alguém presente. 

Nos desdobramentos do Teatro Pós-Dramático: Beckett através de Artaud e Deleuze

27 de maio de 2015 Traduções e

Vol. VIII nº64, maio de 2015

“Eu preferiria que o texto não fosse visto em nenhum formato antes de ir para a cena e não aparecesse em forma de livro até que eu tenha assistido a alguns ensaios em Londres. O texto não pode ser definitivo sem um trabalho real dentro do teatro.” Samuel Beckett sobre o texto de Happy Days [Dias Felizes], 1961.

Através de Artaud

Na entrada para o espaço menor, no andar de baixo do Théâtre du Rond-Point (saindo da Avenida Franklin D. Roosevelt, no oitavo arrondissement em Paris, não muito longe dos Champs Elyssées), há duas fotografias imponentes perduradas, de dimensões amplas, uma de Antonin Artaud, a outra de Samuel Beckett. A partir de 1958, esse teatro passou a ser dirigido por Jean-Louis Barrault (1910-1994), que fora, no entanto, demitido do cargo pelo ministro da cultura gaullista André Malraux durante a revolta estudantil na primavera de 1968. O Théâtre du Rond-Point, sob a direção de Barrault, foi um dos teatros de Paris onde a Compagnie Renault-Barrault introduziu aos parisienses o que era então entendida como performance avant-garde europeia, incluindo as peças de Samuel Beckett.

Uma dramaturgia da fragmentação

22 de dezembro de 2014 Conversas

Vol. VII, nº 63, dezembro de 2014

Tradução: Betch Cleinman

Resumo: A entrevista com José Sanchis Sinisterra foi concedida em 2008 no Teatro Poeira (RJ), dentro do contexto da oficina de dramaturgia promovida pelo projeto Puente. Esta conversa aborda algumas questões norteadoras da investigação cênica de Sinisterra, perpassando técnicas de escrita teatral, referências teóricas e a relação entre espetáculo e espectador.

Palavras-chave: José Sanchis Sinisterra, dramaturgia da fragmentação, investigação cênica, espectador

Resumen: La entrevista con José Sanchis Sinisterra fue realizada en 2008 en Río de Janeiro en el Teatro Poeira, dentro del contexto del taller de dramaturgia organizado por el proyecto Puente. Esta charla aborda algunas cuestiones que direccionan la investigación escénica de Sinsterra, permeando técnicas de escritura teatral, referencias teóricas y también la relación entre el espectáculo y el espectador.

Palabras clave: José Sanchis Sinisterra, dramaturgia de la fragmentación, investigación escénica, espectador.

How to Dedicate a Ballad

31 de julho de 2012 In English, Traduções
Photographer credits: Drew Farrel.

(Spoiler awareness mode on)

David Greig’s play The Strange Undoing of Prudencia Hart, directed by Wils Wilson and produced by The National Theatre of Scotland, takes place in alternative spaces like pubs, bars or restaurants. In the Festival Cena Brasil Internacional, in Rio de Janeiro, the stage for this amazing experience was the Cais do Oriente restaurant. A Folk band is already in action while the audience enters the restaurant. The theatregoers have the option to order wine, beer or other beverages during the event. As the audience arrives, the actors welcome them to the tables and eventually engage them in the action of tearing down some napkins to create snow for the journey of Prudencia Hart.

Como dedicar uma Balada

31 de julho de 2012 Críticas
Foto: Drew Farrell.

(Atenção: contém spoilers)

A peça de David Greig The Strange Undoing of Prudencia Hart, dirigida por Wils Wilson e realizada pelo National Theatre of Scotland (NTS), acontece em espaços alternativos, como pubs, bares ou restaurantes. No Festival Cena Brasil Internacional, no Rio de Janeiro, o palco dessa experiência fantástica foi o restaurante Cais do Oriente. Uma banda de Folk já está em plena ação enquanto o público entra no restaurante. Há a opção, amplamente aproveitada pelos espectadores, de acompanhar o espetáculo tomando vinho, cerveja ou alguma outra bebida. Os atores recebem o público em suas mesas e logo os engajam na função de rasgar guardanapos – que servirão como tempestade de neve no universo fictício em que se inicia a jornada da heroína Prudencia Hart.

Newsletter

Edições Anteriores

Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

Edições Anteriores