Tag: tim crouch
Para mastigar o teatro
English version: http://www.questaodecritica.com.br/2019/11/fringe-2019-english/
Em agosto de 2019, passei uma semana em Edimburgo, assistindo às peças do Fringe, festival que viabiliza um imenso mercado de artes cênicas que é referência no mundo inteiro. Representando a MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, acompanhei a programação do Edinburgh Showcase do British Council (que inclui obras que fazem parte do Edinburgh Festival Fringe e do Edinburgh International Festival). Foram mais de trinta espetáculos em seis dias – o que não é nada em comparação aos quase 4.000 que fizeram parte da edição deste ano. Neste artigo, escrevo sobre uma parte dessa programação. Não pretendo fazer uma crítica de cada trabalho, mas apresentar algumas ideias que se formaram no acúmulo e nos atravessamentos.
Chewing Theatre
Em português: http://www.questaodecritica.com.br/2019/11/fringe2019/
In August 2019, I spent a week in Edinburgh, watching plays at the Fringe, a festival which is a worldwide reference and that provides an immense market for the scenic arts. Representing Brazilian festival MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, I attended the British Council Edinburgh Showcase (which includes plays on the Fringe and the Edinburgh International Festival). It included more than thirty shows in six days – which is nothing compared to the almost four thousand shows that are part of this year’s edition. In this article, I will write about a part of that program. I do not intend to write a review for each play, but to present a few ideas that came to my mind regarding all those plays together and side-by-side.
Como Adler & Gibb
Vol. VII, nº 62, junho de 2014
Resumo: O texto analisa o novo espetáculo teatral do criador britânico Tim Crouch: Adler & Gibb, que cumpre temporada em junho e julho no Royal Court Theatre, em Londres. Propõe-se uma reflexão a respeito de um fato duplo: o fascínio pela arte conceitual que é o ponto de partida para a trama e a denominação “desmaterializado” que Crouch utiliza para descrever o seu fazer teatral.
Palavras-chave: arte conceitual, teatro contemporâneo britânico, Tim Crouch
Abstract: The article analyzes the new play of the British creator Tim Crouch: Adler & Gibb, premiered at the Royal Court Theatre on June 2014. The reflection is based on a double fact: the fascination with conceptual art that is the starting point for the plot and the “dematerialized” label that Crouch uses to describe his theater.
Keywords: conceptual art, contemporary British theater, Tim Crouch
Meios que encarnam a fala
A peça Matamoros, idealizada por Maíra Gerstner e dirigida por Bel Garcia, encena o conto de Hilda Hilst Matamoros (da fantasia), que conta a história de uma menina pelo viés da sua sexualidade em confronto com a porção familiar, a herança dos modos de ser e agir em tudo aquilo que acaba dando um contorno para o vivido. As trajetórias de mãe e filha se entrelaçam por acontecimentos da relação de afeto das duas, ainda na infância, que tenta reposicionar a sexualidade da menina. Mais tarde, ambas se verão na disputa por um mesmo homem. Isso faz com que apareça uma experiência que transita entre o desejo e um florescimento da vida e a inevitável sensação de morte que acompanha o novo quando faz desabar aquilo que parece nos prender. A morte surge como elemento inevitável de todas as promessas daquilo que é vivo. Dá-se uma espécie de encarnação da maternidade e da finitude pelo lado da apreensão da filha, ao mesmo tempo em que sua criação de fantasia propõe um falseamento que renova os significados da relação entre as duas.