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Poesia e literalidade no espaço cênico

25 de janeiro de 2012 Críticas
Foto: Divulgação.

A mecânica das borboletas é um espetáculo revestido de camadas referenciais e metafóricas. Enquanto o dramaturgo Walter Daguerre brinca com possibilidades de criar, no âmbito textual, situações cênicas sustentadas pela poesia e pela literalidade no conflito entre duplos (dois irmãos, duas formas de encarar o mundo, duas maneiras possíveis de leitura dos símbolos), a direção de Paulo de Moraes opera, no desvelamento gradativo dos signos visuais, a estabilização de uma assinatura estética, possibilitando ao espectador que acompanha a trajetória do diretor em seus últimos trabalhos, o reconhecimento estilístico dos efeitos produzidos por suas escolhas junto aos demais elementos materiais da representação.

No silêncio, a voz muda

29 de julho de 2011 Críticas
Otto Jr e Cristina Flores. Foto: Dalton Valério.

O que o diretor Pedro Freire construiu em sua montagem da peça Outros tempos de Harold Pinter foi uma maneira de dar visibilidade às forças que, embora naturais do caráter humano, aparecem veladas por serem demasiado intrínsecas. Outros tempos, que esteve em cartaz no mês de julho no teatro SESC Copacabana, é uma peça que, sem recorrer a flashbacks, amarra as linhas do tempo num instante presente. A medida que os nós vão sendo atados, mais perceptível a cadeia de relações vai se tornando, porém nunca sendo completamente explanada. O projeto que possibilita a visibilidade dessas forças depende da edificação de três níveis de relação. A tarefa do diretor de equacionar um provável contato entre esses níveis é determinante para a definição dos eixos em torno dos quais a peça gira.

Para revidar o olhar

10 de maio de 2008 Críticas
Atores: Adriano Garib e Miwa Yanagizawa. Foto: Guga Melgar.

Em cena, três atores e duas atrizes se dividem em personagens diversos. A situação com a qual a peça se inicia parece conduzir o percurso: o personagem Artur (Adriano Garib), na ocasião do seu aniversário e em meio de uma crise, num momento em que questiona sua trajetória de vida e suas prioridades, revê sua relação com o filho (Fabio Dultra), tendo a namorada deste (Julia Lund) como aliada para uma aproximação. Ele se relaciona com uma mulher imaginária (Miwa Yanagizawa) e com um amigo (Otto Jr), com quem vai realizar um projeto: listar situações em que pessoas estão sendo observadas sem saber, pessoas que vemos, mas que, a princípio, não nos olham. Como observamos na primeira lista que o amigo traz, o critério que guia o olhar é absolutamente subjetivo.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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