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A mecânica das borboletas é um espetáculo revestido de camadas referenciais e metafóricas. Enquanto o dramaturgo Walter Daguerre brinca com possibilidades de criar, no âmbito textual, situações cênicas sustentadas pela poesia e pela literalidade no conflito entre duplos (dois irmãos, duas formas de encarar o mundo, duas maneiras possíveis de leitura dos símbolos), a direção de Paulo de Moraes opera, no desvelamento gradativo dos signos visuais, a estabilização de uma assinatura estética, possibilitando ao espectador que acompanha a trajetória do diretor em seus últimos trabalhos, o reconhecimento estilístico dos efeitos produzidos por suas escolhas junto aos demais elementos materiais da representação.