Tag: joão fonseca
Sweet Tiger Lili à deriva
Sete desconhecidos, Michel (Bruno Ferrari) um advogado sem escrúpulos, Arthur (Camilo Bevilacqua) um médico sofisticado, a soturna Letícia (Fernanda Nobre), o comandante Tadeu (Leandro Almeida), a dona de casa Ana Paula (Luciana Magalhães), o vigarista Erik (Pablo Falcão) e a professora Vic (Paloma Duarte) recebem um misterioso convite para um jantar a bordo da embarcação Sweet Tiger Lili. Atendendo ao estranho chamado e movidos, sobretudo, pela curiosidade, as personagens embarcam e descobrem que durante o encontro alguém entre eles deverá morrer. Diante desta situação, o grupo descobre que a razão de estarem todos ali é a realização de um julgamento extrajudicial que pretende descobrir qual dentre os presentes é o culpado por um crime acontecido três anos antes. Na tentativa de identificar um culpado, os presentes vão aos poucos revelando que todos ali são mais do que aparentam ser e as máscaras das personagens caem com o desenrolar dos fatos. Todos os passageiros a bordo do Sweet Tiger Lili podem ser culpados ou inocentes. É tudo uma questão de ponto de vista.
Shakespeare para jovens de coração
R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida texto do americano Joe Calarco (que estreou em Londres ainda nos anos 70) teve esse ano uma versão carioca dirigida por João Fonseca, que começou com uma temporada na arena do Espaço SESC, passou pelo Teatro Glaucio Gill e em seguida foi para o tradicional palco italiano do Teatro Carlos Gomes. O texto mostra quatro alunos de um colégio rigoroso em Londres onde, entre os estudos, a rigidez dos professores, o dever das lições e orações, pairam quatro jovens que decidem encenar Romeu e Julieta no momento em que lhes é permitida a descontração do recreio escolar.
A artificialidade em questão
O espetáculo Comédia russa, texto de Pedro Brício com direção de João Fonseca, que esteve em cartaz no Teatro Nelson Rodrigues e faz sua segunda temporada, desta vez no teatro do Centro Cultural da Justiça Federal, até o dia 28 de novembro, se desenvolve a partir da metáfora que explora a comicidade do dia a dia de uma repartição pública, numa Rússia defasada tecnologicamente, encalhada na burocracia e regida pela má vontade do funcionalismo público.
Num primeiro momento da fábula, acompanhamos a trajetória do jovem Alexei (Rodrigo Nogueira) em seu primeiro dia de trabalho, depois de ter passado em segundo lugar no concurso que prestara. A situação de enfrentamento que este estabelece com a secretária Miúcha (Filomena Mancuso), a recepcionista que, antes mesmo de saber que o rapaz será seu colega de trabalho, exige dele uma série de documentos, afim de comprovar realmente se ele é a pessoa que diz ser, já deixa entrever que espécie de jogo cênico os atores vão definir como estrutura fundamental no processo de significação do espetáculo: o jogo que se instaura a partir da artificialidade na relação entre os signos.