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Arquiteturas de um duplo homicídio

27 de maio de 2015 Processos
Crime no Manicômio. Foto Marco Novak.
Crime no Manicômio. Foto Marco Novak.

Vol. VIII nº64, maio de 2015.

Resumo: O presente artigo tem como escopo um olhar sobre o processo de criação e de ensaios do espetáculo Duplo homicídio na Chaptal 20, da companhia curitibana Vigor Mortis. No texto, há conjecturas ainda sobre os aspectos do processo de construção dramatúrgica e cênica vivenciados pelo autor deste texto, nas funções de dramaturgista e ator ao lado da Vigor Mortis. Chaptal 20 se refere ao endereço do célebre Théâtre du Grand Guignol de Paris, que abrigou em seu palco centenas de peças de horror e violência. Desde sua fundação em 1997, a Vigor Mortis estuda e pesquisa o gênero e a estética do Grand Guignol. Duplo Homicídio na Chaptal 20 foi apresentada pela primeira vez ao público curitibano no mês de novembro de 2014 no Teatro Novelas Curitibanas.

“As histórias de hoje não têm clima. É só sacanagem.”

31 de março de 2011 Críticas
Atriz: Martina Gallarza. Foto: Marco Novack.

Os Catecismos segundo Carlos Zéfiro, em cartaz desde o dia 10 de março, no Teatro 2 do Centro Cultural do Banco do Brasil no centro do Rio de Janeiro, e que cumpre temporada até o próximo dia 10 de abril, é uma produção conjunta entre a ClaMa! Cia de Teatro e a companhia paranaense Vigor Mortis. Com direção e texto a cargo do curitibano Paulo Biscaia Filho, o espetáculo presta reverências e justa homenagem àquele que foi o responsável pela alegria dos onanistas de plantão e por boa parte da iniciação sexual dos jovens rapazes dos anos 50, 60 e 70, o cartunista Carlos Zéfiro. Ele se notabilizou por publicar e ilustrar mais de uma centena de revistinhas com conteúdo pornô-erótico que ficaram conhecidos em todo o país como “catecismos” – pois reza a lenda que estas eram vendidas dissimuladamente em bancas de jornais e entregues aos seus compradores escondidas dentro de publicações religiosas.

Um divisor de lodos

22 de março de 2011 Processos
Os Catecismos segundo Carlos Zéfiro. Foto: Marco Novack.

Não acredito num teatro em que a poesia é aberta. Prefiro mil vezes que o espetáculo me convide e me instigue a encontrar poesia em meio ao lodo. Ou melhor, em meio ao que o límpido bom senso considera lodo.

Em 1997, quando produzimos nosso o primeiro espetáculo da Vigor Mortis, utilizávamos o universo insano e doentio dos serial killers para falar da necessidade de mudança do status quo. Em 2004, Morgue Story, uma comédia de humor negro regada a sangue e situada num necrotério, falava do medo que todos temos de morrer só. Graphic foi nossa produção de 2007 e em momento algum explicava objetivamente a dificuldade que temos em sustentar nossas escolhas para uma vida que tenta promover o raro encontro entre prática e felicidade. Hitchcock Blonde não falava de cinema, mas sim de desejo, assim como Nervo Craniano Zero abusava de violência explícita para mostrar três personagens que criavam por vaidade e não por ter algo a dizer.

Shocktoberfest: Thrillpeddlers apresentam sangue, luxúria e gargalhadas.

17 de novembro de 2010 Traduções

Publicado originalmente em 15 de outubro de 2010 no link: http://blogs.sfweekly.com/shookdown/2010/10/shocktoberfest_delivers_blood.php

Os Thrillpeddlers(1)  fizeram jus a seu nome entregando uma mistura sanguinolenta de luxúria, terror e comédia em três peças de um ato e mais uma quarta peça em colaboração com uma companhia visitante de brasileiros sedentos por sangue.

O evento anual promovido pela companhia de San Francisco chama-se Shocktoberfest 2010: Kiss of Blood. Desta vez ele traz antigos instrumentos de tortura, drag queens vingativas, mutilações, roupas reveladoras, uma canção cômica, um machado, uma furadeira, diversas facas, e sangue… muito sangue.

Com uma ajudinha dos meus amigos

29 de maio de 2010 Críticas
Foto: divulgação

Oh I get by with a little help from my friends,
hm Gonna try with a little help from my friends,
Oh I get high with a little help from my friends,
Yes I get by with a little help from my friends,
With a little help from my friends .
(Trecho da música With a Little Help From My Friends. Escrita por John Lennon e Paul MCartney. (1967). Do álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. The Beatles.)

A casa número 10050 da Cielo Drive, no elegante bairro de Bel Air em Los Angeles, entraria para a história como o palco de um dos episódios mais brutais e sangrentos da recente história criminal norte-americana. Na noite de 9 de agosto de 1969, quatro jovens na casa dos 20 anos – um homem e três mulheres – seguidores de uma seita fundada por Charles Manson, invadem a residência do diretor cinematográfico Roman Polanski, assassinam a sangue frio sua esposa, a atriz Sharon Tate, então grávida de oito meses, e mais quatro amigos do casal. As vítimas foram torturadas, esfaqueadas e espancadas até a morte, o sangue delas foi usado para escrever mensagens nas paredes. Em uma delas foi escrito Pigs (Porcos). Na noite seguinte, o mesmo grupo invade outra casa da região. Matam o empresário Leno La Bianca e sua mulher, valendo-se do mesmo modus operandi. As mensagens escritas na parede da casa desta vez, também com o sangue das vítimas, foram: Helter Skelter (Confusão), Death to pigs (Morte aos porcos) e Rising (Insurreição).

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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