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O mar e o espaço de uma utopia melancólica

14 de abril de 2013 Críticas
Foto: Divulgação.

Um documento do desejo construtivo e de morte de uma peça em que seus integrantes são aventureiros que se deslocam por territórios que reúnem em si a fisicalidade dos espaços percorridos e seus imaginários. O trabalho é uma parceria-mistura da companhia Foguetes maravilha do Brasil, e da Mundo perfeito de Portugal, e nada mais apropriado do que o princípio do argumento em que as duas companhias se encontram num veleiro no Oceano Atlântico para realizar a peça: espaço de plasma, de deriva, de tempestade, onde a morte é uma possibilidade latente. Então o maravilhoso do mundo só pode mesmo existir pelo confronto cínico com a morte.

Dramaturgia da alteridade

27 de maio de 2011 Conversas
Alex Cassal em Alcubierre. Foto: Magda Bizarro

HUMBERTO GIANCRISTOFARO – Para a gente esquentar, queria perguntar como se deu a parceria entre vocês e como isso chegou à ocupação de agora, do Foguetes Maravilha no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto. O primeiro trabalho de vocês juntos foi o Ele precisa começar?

FELIPE ROCHA – Vou contar a minha parte da história. Eu há muito tempo tinha vontade de escrever um texto. Eu estava numa turnê, tinha tempo, daí eu escrevia. Tinha vontade de montar e chamei o Kike [Enrique Dias], com quem eu trabalhava há muito tempo, pra dirigir, mas ele estava muito ocupado. Como eu tinha muita clareza do que eu queria falar, eu achei que seria complicado, estando em cena, dar para um outro diretor que de repente me propusesse uma coisa muito diferente daquilo. Então, achei que talvez o mais legal naquele momento fosse que eu mesmo dirigisse e chamasse alguém para colaborar. Eu e o Alex, a gente já se conhece há muito tempo. Na época que ele chegou ao Rio, ele foi fazer aula com a Dani Lima, que é minha mulher, e trabalhou muito tempo com ela. A gente fez um trabalho com um inglês, o Roberto Pacitti, que esteve aqui, acho que no Panorama

Submersão e respiração de uma dramaturgia com teor de cena

6 de maio de 2011 Críticas
Felipe Rocha, Stella Rabello e Renato Linhares. Foto: Divulgação.

O melhor modo de apresentar as idéias que surgiram a partir do espetáculo Ninguém falou que seria fácil talvez seja tentar esboçar os traços de um pensamento que ainda não pode ser consumido pela escrita. O que seria um lugar comum da escrita, o fato de ser uma expressão da linguagem e, portanto, conter uma medida de indizível e de disforme, se evidencia pela matéria mesma do espetáculo configurado por uma narrativa que busca um trânsito entre a postura dos criadores, dos atuantes e dos receptores. Minha perspectiva aqui foi fisgada pelo o que Daniele Avila escreveu no texto que está no programa. Para refletir sobre o trabalho desenvolvido pela companhia Foguetes maravilha, dirigida por Felipe Rocha em parceria com Alex Cassal, ela se refere a uma dramaturgia singular e emblemática:

O real e sua esfera de criação

10 de dezembro de 2008 Críticas
Ator: Felipe Rocha. Foto: divulgação.

O teatro contemporâneo se configura cada vez mais por espetáculos que são difíceis de nomear, ou mesmo ajuizar. Ainda mais, porque pensar o contemporâneo como um desdobramento meramente cronológico do moderno implica em não reconhecer a questão de suas especificidades como, por exemplo, o fato de que rupturas formais não são mais tão evidentes como eram nas vanguardas, onde norma e desvio poderiam ser critérios mais pertinentes. Do modo como eu percebo, o espetáculo Ele precisa começar, com dramaturgia e atuação de Felipe Rocha, conversa com este pensamento na medida em que sua particularidade, ou seja, o lugar mais original no qual somos afetados é tão preciso quanto fugidio.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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