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O mar e o espaço de uma utopia melancólica

Um documento do desejo construtivo e de morte de uma peça em que seus integrantes são aventureiros que se deslocam por territórios que reúnem em si a fisicalidade dos espaços percorridos e seus imaginários. O trabalho é uma parceria-mistura da companhia Foguetes maravilha do Brasil, e da Mundo perfeito de Portugal, e nada mais apropriado do que o princípio do argumento em que as duas companhias se encontram num veleiro no Oceano Atlântico para realizar a peça: espaço de plasma, de deriva, de tempestade, onde a morte é uma possibilidade latente. Então o maravilhoso do mundo só pode mesmo existir pelo confronto cínico com a morte.
Dramaturgia da alteridade

HUMBERTO GIANCRISTOFARO – Para a gente esquentar, queria perguntar como se deu a parceria entre vocês e como isso chegou à ocupação de agora, do Foguetes Maravilha no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto. O primeiro trabalho de vocês juntos foi o Ele precisa começar?
FELIPE ROCHA – Vou contar a minha parte da história. Eu há muito tempo tinha vontade de escrever um texto. Eu estava numa turnê, tinha tempo, daí eu escrevia. Tinha vontade de montar e chamei o Kike [Enrique Dias], com quem eu trabalhava há muito tempo, pra dirigir, mas ele estava muito ocupado. Como eu tinha muita clareza do que eu queria falar, eu achei que seria complicado, estando em cena, dar para um outro diretor que de repente me propusesse uma coisa muito diferente daquilo. Então, achei que talvez o mais legal naquele momento fosse que eu mesmo dirigisse e chamasse alguém para colaborar. Eu e o Alex, a gente já se conhece há muito tempo. Na época que ele chegou ao Rio, ele foi fazer aula com a Dani Lima, que é minha mulher, e trabalhou muito tempo com ela. A gente fez um trabalho com um inglês, o Roberto Pacitti, que esteve aqui, acho que no Panorama…