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Convivência
Na arena do Espaço SESC, a peça O que eu gostaria de dizer, dirigida por Marcio Abreu, apresenta três unidades de espaço, delineadas por esculturas cenográficas de Cláudio Alvarez. Cada um desses espaços é ocupado por um dos atores. A partir desses pequenos universos, três personagens se expressam e, direta ou indiretamente, se relacionam. Dos três espaços, um fica mais afastado: é a sala do personagem de Luis Melo, com poltrona, almofada, mesa de cabeceira, rádio, apoio para os pés. Os outros dois estão mais próximos entre si, embora separados: formam a casa de um casal em vias de separação. O espaço de Bianca Ramoneda é ocupado por uma cadeira, duas malas e um abajur, enquanto o de Márcio Vito contém apenas uma miniatura de veleiro, um banquinho, uma lata de lixo e uma lâmpada. As esculturas são formadas apenas pelo que seria a ossatura de um espaço fechado – os contornos estão traçados, mas não há paredes. Assim, o cenário cria certo isolamento para cada personagem, mas os mantém dentro do mesmo campo visual.
Conversa com Marcio Abreu
A Companhia Brasileira de Teatro, de Curitiba está em processo de construção de seu próximo trabalho, Deserto, com direção de Marcio Abreu e dramaturgia final de Bianca Ramoneda e Marcio Abreu. Foram para uma fazenda, próxima a Curitiba, onde vai funcionar uma extensão do Ateliê de Criação Teatral – ACT (projeto capitaneado por Luís Melo), e lá ficaram por seis semanas, preparando algumas cenas que foram mostradas no Festival de Curitiba de 2008.
A pesquisa dramatúrgica do grupo vem seguindo dois caminhos principais: um, o de encenar textos prévios de uma dramaturgia escrita depois dos anos 90; e outro, o do processo colaborativo de construção dramatúrgica. Eles já trouxeram a maioria de seus espetáculos para o Rio, o primeiro foi Volta ao dia (em 2003). Em seguida, eles estiveram aqui com duas peças: em 2005, com Suíte 1 de Philippe Minyana, e no ano passado com a montagem de Apenas o Fim do Mundo, escrita por Jean-Luc Lagarce em 1990.