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O espaço teatral como zona de conflito estético
![Julia Gui Maia](http://www.questaodecritica.com.br/wp-content/uploads/2011/11/Julia-Gui-Maia-590x393.jpg)
Julia, título do mais recente trabalho da diretora Christianne Jatahy, expõe o clássico da dramaturgia universal, escrito pelo sueco August Strindberg, Senhorita Julia, às cisões, deslocamentos e produções de sentido via conexão entre as linguagens teatral e cinematográfica. É sobre esse enfoque estilístico que a análise da peça irá se debruçar.
Afirmar somente que Julia é cinema dentro do teatro é meio redundante e explica muito pouco ou quase nada sobre a complexidade que se engendra no espaço de atuação, principalmente no que tange ao olhar, no que se refere à potência com que as imagens se oferecem à visão do espectador, determinando suas escolhas.
Primordiais espaços periféricos
![Um dia como os outros](http://www.questaodecritica.com.br/wp-content/uploads/2011/04/Um-dia-como-os-outros-foto-Vicente-de-Mello-262-1-590x391.jpg)
Cozinha e dependências e Um dia como os outros, textos de Agnès Jaoui e Jean-Pierre Bacri, são ambientados em espaços periféricos. Nem a cozinha, onde se encontram os personagens na primeira história, nem o bar, onde estão os da segunda, despontam como lugares nobres, onde deveriam se desenrolar as ações de cada história. Os personagens se esbarram na cozinha para reclamar do andamento da reunião planejada para um convidado famoso, que não transcorre na sala exatamente conforme o planejado; e se encontram no bar para sair rumo a uma festa de aniversário, partida que, porém, acaba não acontecendo devido à eclosão de um conflito conjugal.