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Nós que aqui estamos por “voz” esperamos
Sim! “Voz”. Não é um erro! É proposital. Tomo aqui a liberdade poética para fazer menção ao título do filme de Marcelo Masagão, Nós que aqui estamos por vós esperamos de 1999. Lembro-me claramente daquela noite, sentada na areia da praia de Ipanema, com o dinheiro contado da passagem no bolso, de ter sido arrebatada em minhas verdades diante de um imenso telão montado pelo Festival de Cinema do Rio; sozinha depois de um dia inteiro de maratona cinematográfica passando por Rap do pequeno príncipe contra as almas sebosas, Infidelidade, Castelo Ratimbum. Vendo-as cair por terra e meus parâmetros se resignificarem diante de um arrebatamento culminado em lágrimas de libertação e alegria. Me senti renascida porque vi que não estava só em meus devaneios éticos. Eles não eram devaneios…! Os vi ter “voz” naquele momento. E me senti forte e corajosa o suficiente para seguir nessa caminhada chamada vida.
Antunes, Policarpo de si

O paradoxo em Policarpo Quaresma é a sua competência. Antunes Filho inscreve seu nome na história do teatro brasileiro, entre outras razões, porque exímio compositor de cenas corais na mesma medida que consegue realçar a presença e o talento de uma atriz ou de um ator. Esses pilares estetas aparecem firmes no novo espetáculo do Grupo Macunaíma, extensão do Centro de Pesquisa Teatral. Mas deixam no ar uma segurança incômoda se colocada em perspectiva com voos mais arriscados nas proposições formais dos últimos trabalhos.
Lugar de passagem

Estação terminal
, trabalho da atriz Tuca Moraes, da Cia Ensaio Aberto, traz textos autobiográficos de Lima Barreto, com dramaturgia de João Batista. Depois de ter sido apresentado em festivais dentro e fora do Brasil, o espetáculo está no Palácio Universitário da Praia Vermelha, na UFRJ, antigo Hospital dos Alienados, onde Lima Barreto ficou internado. Para narrar experiências de loucura e confinamento do autor, Tuca Moraes faz um percurso por três espaços diferentes, acompanhada pelo público.