Sim! “Voz”. Não é um erro! É proposital. Tomo aqui a liberdade poética para fazer menção ao título do filme de Marcelo Masagão, Nós que aqui estamos por vós esperamos de 1999. Lembro-me claramente daquela noite, sentada na areia da praia de Ipanema, com o dinheiro contado da passagem no bolso, de ter sido arrebatada em minhas verdades diante de um imenso telão montado pelo Festival de Cinema do Rio; sozinha depois de um dia inteiro de maratona cinematográfica passando por Rap do pequeno príncipe contra as almas sebosas, Infidelidade, Castelo Ratimbum. Vendo-as cair por terra e meus parâmetros se resignificarem diante de um arrebatamento culminado em lágrimas de libertação e alegria. Me senti renascida porque vi que não estava só em meus devaneios éticos. Eles não eram devaneios…! Os vi ter “voz” naquele momento. E me senti forte e corajosa o suficiente para seguir nessa caminhada chamada vida.