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Uma companhia e seu Brecht
A Companhia Ensaio Aberto comemora 18 anos de uma trajetória teatral com uma marca bem delimitada em seus trabalhos, um teor político marcadamente épico na forma que busca dialogar diretamente com a obra do dramaturgo alemão Bertold Brecht. O autor alemão é influência assumida e inspiração central para o grupo carioca. É possível vislumbrar sua história no projeto Armazém da Utopia com a qual a companhia ocupa o Armazém 6 do Cais do Porto do Rio sob o patrocínio da Petrobrás. No grande galpão de frente para a bela baía de nossa cidade, há fotografias, instalações com os objetos cênicos dos espetáculos, vídeos e a cenografia inteira do premiado Missa dos quilombos (com ações de performers, que trazem o espírito do espetáculo). A exposição revela um repertório preocupado com as questões políticas, como das minorias excluídas historicamente (os negros, os retirantes nordestinos, os loucos e etc.). Ela coloca esse discurso como um guia dos trabalhos do grupo e da própria ocupação do armazém da Praça Mauá.
Lugar de passagem
Estação terminal
, trabalho da atriz Tuca Moraes, da Cia Ensaio Aberto, traz textos autobiográficos de Lima Barreto, com dramaturgia de João Batista. Depois de ter sido apresentado em festivais dentro e fora do Brasil, o espetáculo está no Palácio Universitário da Praia Vermelha, na UFRJ, antigo Hospital dos Alienados, onde Lima Barreto ficou internado. Para narrar experiências de loucura e confinamento do autor, Tuca Moraes faz um percurso por três espaços diferentes, acompanhada pelo público.