Tag: georges didi-huberman

A verdade é vertiginosa

15 de novembro de 2008 Estudos

Partindo da epígrafe de Haroldo de Campos, “A verdade é vertiginosa”, a proposta aqui apresentada discute questões fundamentais para a arte moderna e para as experimentações teatrais contemporâneas, tais como, o questionamento do caráter de representação da arte, a interação entre a obra, os vazios e o receptor e a problematização dos conceitos de personagem, persona e figura. A multiplicidade de seus discursos imprime na modernidade uma fisionomia vertiginosa, caótica, intempestiva, voltada contra si mesmo, como queria Nietzsche. A potência do simulacro, força motriz da filosofia deleuziana, pode ser uma interessante interlocução para a cena contemporânea e sua condição de jogo que tende a embaralhar as cartas marcadas. Em Platão e o Simulacro, Gilles Deleuze vai discutir o projeto filosófico denominado por Nietzsche de reversão do platonismo. O aforismo reverter o platonismo, pode ser compreendido no sentido de se trazer à tona os simulacros e potencializar seus direitos no mundo das cópias.

Alcance e retenção

15 de julho de 2008 Estudos

Exergo

“Estive lendo os papéis amarelos. Penso que distinguir pelas ausências – espaciais ou temporais – os meios de superá-las leva a confusões. Talvez fosse o caso de dizer: meios de alcance e meios de alcance e retenção. A radiotelefonia, a televisão e o telefone são, exclusivamente, de alcance; o cinematógrafo, a fotografia, o gramofone – verdadeiros arquivos – são de alcance e retenção. Todos os aparelhos para fazer frente a ausências são, portanto, meios de alcance (antes que se tenha a fotografia ou o disco, é preciso tirá-lo, gravá-lo).” (BIOY CASARES: 2006, 93)

“A fotografia pode se apoderar, sem ser molestada, das coisas transitórias, que têm direito ‘a um lugar nos arquivos da nossa memória’, desde que se detenha ante os ‘domínios do abstrato, do imaginário': ante o domínio da arte, onde só há espaço para aquilo ‘a que o homem entrega a sua alma'”. (BENJAMIM: 1989, 138)

“No fim de contas, será preciso convir que para além da morte como figura iconográfica, é de fato ausência que rege esse balé desconcertante de imagens sempre contraditas. A ausência, considerada aqui como motor dialético tanto do desejo – da própria vida, ousaríamos dizer, a vida da visão – quanto do luto – que não é “a morte mesma” (isso não teria sentido), mas o trabalho psíquico do que se confronta com a morte e move o olhar com esse confronto.” (DIDI-HUBERMAN: 1998, 128-129)

Newsletter

Edições Anteriores

Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

Edições Anteriores