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O bardo contemporâneo

4 de fevereiro de 2012 Críticas
Foto: Divulgação.

O pátio central do Arquivo Nacional no centro do Rio de Janeiro foi ocupado, durante o mês de dezembro de 2011, pela peça Penso ver o que escuto, realização da Cia Bufomecânica sob a direção de Fábio Ferreira e Claúdio Baltar. Nesta nova produção, a Cia Bufomecânica – em parceria com a Royal Shakespeare Company – trouxe a público o resultado da pesquisa realizada pelo grupo sobre os dramas históricos de William Shakespeare. O cerne deste estudo cênico está nos reis ingleses do século XV. O ponto de partida é a peça Ricardo II, passando por Henrique IV, HenriqueV, Henrique VI e culminando em Ricardo III. O ponto de intersecção entre essas peças se dá nos intermináveis conflitos entre as dinastias York e Lancaster que se digladiam ferozmente pelo trono inglês, lançando a Inglaterra em uma era de terror e medo. As peças Ricardo II e Ricardo III (escritas provavelmente entre os anos de 1590 e 1595) são o fio condutor da encenação concebida por Fábio Ferreira e Claúdio Baltar.

Trama e vertigem em exposição

30 de agosto de 2011 Críticas
Foto: Ana Cecília Brignol

O romance O idiota de Fiódor Dostoièvski inspirou pelo menos dois espetáculos este ano: O idiota – uma novela teatral, dirigido por Cibele Forjaz, que estreou no Rio de Janeiro no Galpão do Espaço Tom Jobim, no final de junho e O idiota – primeiro dia, dirigido por Fábio Ferreira, que está em cartaz no Parque das Ruínas. A apresentação dessas duas encenações em um curto espaço de tempo proporciona uma experiência reveladora da relação entre as artes, no caso, entre o romance e o teatro. O olhar sobre as especificidades das duas leituras da obra do escritor russo aponta ainda para outras formas de artes que se misturam e se confrontam na fatura das encenações. Assim, se cria uma agradável sensação de reconhecimento, por parte do espectador, de que ele, em contato com a encenação, está em um território não completamente demarcado no qual não se pode dizer – isso é teatro, ou isso é música, ou isso é cinema. O espectador se entende como um construtor. A crítica que Daniele Avila escreveu sobre O idiota – uma novela teatral revela uma particular relação do espectador com o tempo que o teatro pode proporcionar. No espetáculo O idiota – primeiro dia, a orientação de um foco sobre o tempo aparece já no título e se desenvolve ao longo da encenação, criando às vezes esferas de relação com o tempo e a leitura do romance, com os modos de apreensão das fábulas, com os de apreensão daquilo que é visível e com a da linguagem cinematográfica.

Uma atuação para Mistério Bufo

23 de janeiro de 2010 Processos

“Saltimbanco é o termo genérico para malabarista, pelotiqueiro, embusteiro, charlatão, farsante, pregoeiro, arranca-dentes, paradista. (…) O espetáculo dos saltimbancos, na maior parte das vezes, é baseado numa performance física, e não na produção de um sentido textual ou simbólico. Os procedimentos se baseiam numa habilidade física ou burlesca”. (PAVIS: 2005, 349)

Versos da poesia de Vladimir Maiakóvski ecoaram pela Fundição Progresso, Rio de Janeiro, no período de maio a setembro de 2009. Dezesseis intérpretes com características bastante heterogêneas, através da concepção de dois diretores com aspirações artísticas distintas, garantiram a composição do espetáculo Mistério Bufo – obra teatral inédita nos palcos brasileiros. Tal encenação faz parte da pesquisa que desenvolvo no mestrado sob orientação do Prof. Dr. Mário Fernando Bolognesi e co-orientação da Prof. Dra. Maria Thais Lima Santos.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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