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A reprise (resposta ao pós-dramático)
Vol. III, nº 19, março de 2010
O artigo aqui traduzido por Humberto Giancristofaro foi publicado como introdução à revista Études Théâtrales 38-39/2007 – La Réinvention du drame (sous l’influence de la scène).
“Reprise: I. […] 2º Ação de fazer de novo depois de uma interrupção […]. 4º (1611, “reparação”) Técnico. Reparação de uma parede, de um pilar […]. 5º Remendar um tecido para reconstituir sua tecelagem […] II. 1º O fato de voltar a vida, vigor (planta). O fato de dar um novo impulso após um momento de parada, de crise […] 2º O fato de recomeçar, de voltar.” (Petit Robert)
A obra de Hans-Thies Lehmann recentemente publicada na França (1) e, mais largamente, a moda do nome “teatro pós-dramático” têm ao menos a vantagem de lembrar-nos da dissociação entre teatro e drama: o drama – entendamos a forma dramática – não está mais necessariamente no fundamento do teatro; há todo um teatro que não consiste mais na encenação de um drama anteriormente escrito, um teatro que às vezes vira as costas para o drama.
Uma atuação para Mistério Bufo
“Saltimbanco é o termo genérico para malabarista, pelotiqueiro, embusteiro, charlatão, farsante, pregoeiro, arranca-dentes, paradista. (…) O espetáculo dos saltimbancos, na maior parte das vezes, é baseado numa performance física, e não na produção de um sentido textual ou simbólico. Os procedimentos se baseiam numa habilidade física ou burlesca”. (PAVIS: 2005, 349)
Versos da poesia de Vladimir Maiakóvski ecoaram pela Fundição Progresso, Rio de Janeiro, no período de maio a setembro de 2009. Dezesseis intérpretes com características bastante heterogêneas, através da concepção de dois diretores com aspirações artísticas distintas, garantiram a composição do espetáculo Mistério Bufo – obra teatral inédita nos palcos brasileiros. Tal encenação faz parte da pesquisa que desenvolvo no mestrado sob orientação do Prof. Dr. Mário Fernando Bolognesi e co-orientação da Prof. Dra. Maria Thais Lima Santos.