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Santo/amargo
Quase todo mundo conhece a expressão de Marx: “é preciso mudar o mundo e não interpretá-lo”. Helio Oiticica vislumbrou uma outra direção: “é preciso que o mundo seja mundo do homem e não mundo do mundo”. A encenação de O amargo santo da purificação, novo trabalho de rua criado pela Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre, segue essa mesma vereda, trazendo à agenda um tema – a transformação do mundo – e uma personagem – Carlos Marighella – bem pouco convencionais.
A rua como contingência teatral
A Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz de Porto Alegre se apresentou na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, no dia 15 do mês de abril às 15h. A direção e o texto do espetáculo O amargo santo da purificação foram criados pelo grupo tendo como mote a trajetória do militante do Partido Comunista Carlos Marighella, que dedicou-se à causa dos trabalhadores, da independência nacional e do socialismo durante o período de maior repressão imposta pelas ditaduras de Getúlio Vargas e militar. O espetáculo assume uma linguagem alegórica para dar conta dessa trajetória e o numeroso elenco determina a estrutura coral. A história de Marighella é contada principalmente em forma de música e o roteiro se fundamenta em marcos históricos da vida do personagem.
Missão cumprida
A Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre, está completando 30 anos de vida, ao longo dos quais construiu uma elogiável folha de serviços prestados ao teatro gaúcho e brasileiro, uma referência histórica e cultural que não pode ser ignorada. Em função das dificuldades de locomoção e da pouca projeção propiciada pela mídia sulista em relação ao resto do país, a Tribo padece de pouca divulgação junto ao grande público brasileiro.