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O enigma do real

O espetáculo Garras curvas e um canto sedutor, texto de Daniele Avila Small e direção Felipe Vidal, que esteve em cartaz na Casa de Cultura Laura Alvim, trouxe ao tablado a construção de um espetáculo realista, em que o tratamento do real parte de uma compreensão filosófica diversa da comumente associada às obras que se emaranham na problemática do realismo.
Grandes trabalhos artísticos se construíram e se constroem em relação direta com o real, ainda que tenham a consciência de que esse é sempre uma convenção de linguagem, isto é, um modo de operação da mímesis com os códigos ou com as leituras dos mesmos no mundo concreto.
Sobre beleza e juventude – O retrato de Dorian Gray

A Companhia de Teatro Íntimo, após realizar o interessante trabalho Oito solos acompanhados na programação da Ocupação Complexo Duplo no Teatro Gláucio Gill, em 2011, retorna ao palco principal do teatro com sua versão do famoso romance O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde. Dentro da perspectiva de encenação de um clássico da literatura para o palco, sua atualização a partir das singularidades e escolhas de um coletivo teatral, a Companhia de Teatro Íntimo traça um colorido panorama sobre a história do belo aristocrata inglês, Dorian Gray, que em troca de juventude e beleza eternas vê o ônus de suas ações transferidas à sua imagem, retratada pelo artista Basil Hallward. O mergulho da companhia e de seu diretor nessa montagem mostra um coletivo empenhado em traçar uma trajetória de pesquisa continuada, que procura a cada trabalho imprimir sua linguagem artística bem como uma perspectiva apropriada sobre a fonte literária.