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Agonia e trânsito entre materialidade textual e espaço cênico – Na direção de outras experiências da encenação contemporânea
Vol. VII, nº 62, junho de 2014
Resumo: Os conceitos de “trânsito” e “ágon” apresentam o debate sobre as relações entre a encenação e o drama através da observação da relação entre o texto e o espaço teatral contemporâneo. No século XX, as crises históricas da encenação, do drama e do palco italiano mudaram os rumos da história do teatro ao abrir a discussão sobre as relações entre materialidade textual e espaço cenográfico. O artigo reflete sobre essas crises através de teorias da dramaturgia e do espaço a fim de caminhar na direção de outras experiências cênicas.
Palavras-chave: Trânsito, agonia, experiência, materialidade textual, espaço cênico.
Abstract: The concepts of “transit” and “ágon” present the debate on the relationship between the staging and drama by observing contemporary theatrical text and space. In the twentieth century, the historical crises of staging, drama and Italian stage have changing the course of theater history to open the discussion on the relationships between textual materiality and scenographic space. This paper reflects on these crises through drama and space theories walking towards other scenic experiences.
Key-words: Transit, agony, experience, textual materiality, staging space.
Espectros de Mozart

Em cartaz no SESC Tijuca até o dia 1 de maio, A história do homem que ouve Mozart e da moça do lado que escuta o homem é uma peça que, ao escolher uma estética da crueldade, compartilha o desequilíbrio. Quando o diretor Luiz Antônio Rocha decide pôr em jogo as fragilidades privadas de forma crua, ele apazigua as inquietantes tentativas de homogeneização da normalidade como padrão de referência, tanto estética como eticamente. O que ele oferece é uma pequena revolução íntima, ao estilo da proposta de Antonin Artaud com seu Teatro da Crueldade. É preciso estabelecer desde já que o que parece aos olhos apolíneos uma tipificação pejorativa será para essa dramaturgia algo essencial e o estopim de uma conflagração subjetiva. Termos como crueldade, crueza e, mais à frente, desequilíbrio e deformação são o prenúncio de que algo novo será reconstruído sobre as carcaças dos personagens. A dinâmica positiva do Teatro da Crueldade é analisada no artigo publicado na edição de março de 2010, nesta revista – A noção de corpo sem órgãos em Artaud e no Teatro da Crueldade.