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Nosso moto contínuo pela felicidade
Estufa, uma definição: Lugar fechado dentro do qual se criam artificialmente condições especiais para a realização de determinado fenômeno.
Estufa foi apresentada na Mostra Hífen de pesquisa-cena que aconteceu entre os meses de agosto e setembro no Espaço Cultural Sérgio Porto, em seguida realizou quatro apresentações na Argentina e agora está em curta temporada na Rampa – Lugar de Criação. A Mostra Hífen teve curadoria de Diogo Liberano e Adriana Schneider e seu pressuposto foi o de criar um espaço para exposição e discussão de trabalhos que relacionam a universidade e o processo de criação em artes cênicas. A ideia de hífen tem o caráter de chamar a atenção para as possibilidades de aproximação e distanciamento entre duas instâncias que, de modo geral o senso comum, quando pensa sobre trabalho de arte, costuma ver como inconciliáveis: a criação dos artistas e o pensamento acadêmico. É curioso que quando se tem em mente a ciência, em seus avanços ou em suas tecnologias de ponta, o conhecimento universitário está solidário às práticas.
Constructo
Kevin (Márcio Machado), menino de 9 anos que acaba de se mudar com os pais e a irmã para uma casa nova, tem um desejo que expressa o motor da peça Sinfonia Sonho de Diogo Liberano: ele quer virar música. Da mesma forma, cada passo tanto da dramaturgia quanto da atuação indica um desejo de mesma natureza. A direção busca operar uma mudança de valores, por meio de uma revolução das sensações. Ou seja, fazer do corpo dramático um acontecimento teatral alinhado à percepção causada por uma sinfonia. A base desse experimento é guiada por Diogo Liberano de dentro do acontecimento. Sentado em cena com o roteiro em mãos, ele incorpora o narrador e presentifica o diretor, fazendo as vezes de um maestro para apontar o ritmo, a textura e a amplitude dos eventos e dos personagens.
Nós precisamos sonhar com uma frágil sinfonia?
O espetáculo Sinfonia Sonho do Teatro Inominável, dirigido e escrito por Diogo Liberano, busca pensar o absurdo dos massacres infantis em espaços escolares, partindo de dois motes: a ficção presente no livro We Need to Talk About Kevin de Lionel Shriver e o caso real ocorrido na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo. Nesse sentido, a obra reflete sobre o espanto que nos atingiu ao assistirmos no Brasil um incidente semelhante ao de Columbine.