O espaço de Panidrom

Estudo sobre a realização de espetáculos de formatura a partir de experiências do Curso de Direção Teatral da UFRJ

27 de maio de 2015 Estudos
Panidrom. Foto: Bruno Descaves.
Panidrom. Foto: Bruno Descaves.

Vol. VIII nº64, maio de 2015.

Resumo: O texto apresenta questionamentos e reflexões sobre o teatro realizado na universidade a partir de Panidrom, peça de teatro com direção de João Pedro Orban apresentada na XIV Mostra de Teatro do curso de Direção Teatral da UFRJ, em 2014.

Palavras chave: Panidrom, teatro, universidade

Abstract: The article addresses issues and reflections concerning theater productions in the university through the example of Panidrom, theatrical play staged by graduating director João Pedro Orban. The play premiered at XIV Mostra de Teatro da UFRJ , an event organized by the university in which all graduating directors are supposed to present a play.

Keywords: Panidrom, theatre, University

 

Começo este texto expondo tentativas de definição do teatro realizado na universidade:

“1) o teatro em universidade consiste numa ferramenta educativa no sentido lato do termo (…): educativo em nível pessoal e acadêmico; (…) uma ferramenta pedagógica e cidadã; uma ferramenta para o desenvolvimento cultural; consiste também numa ferramenta para um público, ou ainda melhor, para vários públicos. 2) (…) consiste no exercício da teoria e/ou da prática teatral no interior de uma instituição voltada para a pesquisa. (…) O teatro na universidade constrói pontes entre pesquisa, teoria e prática. O que poucas instituições podem fazer ao mesmo tempo. A abordagem multidisciplinar é o que pode fazer avançar a universidade (…). 3) (…) o teatro universitário é um lugar de experimentação (de vanguarda?) e de experiência da liberdade criadora que não é apenas estética mas também social e política; o teatro universitário está ao lado de, contra e à margem. Ele se desassocia do teatro em geral.” (GERMAY, 2010, p. 73).

Diante da dificuldade de definir o teatro na universidade, busco dar atenção a um projeto experimental de teatro apresentado em novembro de 2014, no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Praia Vermelha, na Urca, com o objetivo de fomentar a discussão sobre a criação e a produção teatral no espaço acadêmico. Quero ressaltar que não se trata de uma análise crítica sobre o trabalho encenado; mas de um texto que pode servir de instrumento para levantar alguns questionamentos sobre o teatro na universidade.

É sabido que cursos de formação apresentam características norteadas pelo plano pedagógico adotado e, tratando-se de cursos nas universidades, pelos procedimentos acadêmicos. A partir disso, ao assistir a montagens de peças de teatro de alunos em formação, é possível identificar particularidades das escolas em cada montagem. Eu, que ingressei no curso de Artes cênicas — habilitação em Direção Teatral da UFRJ em 2006, e me formei em 2011 —, assisti à última mostra de teatro realizada pelo curso em 2014. A Mostra de Teatro da UFRJ reúne alunos formandos do curso de Direção Teatral e outros de diferentes períodos assumindo funções como atores e produtores, além de alunos dos cursos de Indumentária e Cenografia da Escola de Belas Artes (EBA), de Dança e da Escola de Música da UFRJ. Os professores atuam como orientadores e as montagens contam com a assistência da equipe da SUAT[1]. Em sua última edição, realizada entre 28 de outubro e 14 de dezembro de 2014, treze trabalhos de conclusão de curso foram apresentados, dentre eles, Panidrom[2], com direção de João Pedro Orban e orientação de direção de Adriana Schneider. Este projeto me chamou a atenção pela escolha de espaços não convencionais de encenação. Criado em processo colaborativo, o seu ponto de encontro, de concentração ou de partida foi em uma das entradas da Escola de Comunicação (ECO), percorrendo em seguida o campus universitário da Praia Vermelha para contar a experiência de moradores que, removidos de um bairro onde a construção de uma represa alagaria a região, foram atraídos e guiados para uma terra prometida chamada Panidrom.

No curso de Direção Teatral, os alunos têm três disciplinas de prática de montagem: Direção V, Direção VI e Projeto Experimental em Teatro (PET). Eles, ao enviarem seus projetos de encenação por escrito para o corpo docente, já estão cientes das diretrizes[3] que irão “moldar” seus processos criativos. Aqui, destaco o que se refere a espaços cênicos para os trabalhos de conclusão de curso: “os trabalhos podem ocupar outros espaços que não a sala Oduvaldo Vianna Filho[4] de acordo com disponibilidade e possibilidades técnicas e administrativas.” Diante desta e de outras condições, cabe ao aluno coordenar aquilo que ele deseja concretizar em seu projeto cênico e aquilo que ele pode realizar dentro dos limites colocados pelo curso. Isto é um exercício violento, mas determinante para a encenação das montagens.

Quando assisti a Panidrom, me perguntei o que moveu João Pedro Orban a encenar o seu trabalho de conclusão de curso pelo campus universitário. Teria sido um desvio de percurso ou uma opção político-estética? Ou uma forma de driblar a pouca disponibilidade de salas para ensaios relatada pelos alunos-diretores? Então, tive acesso ao projeto de encenação da montagem em questão e confirmei o interesse e a escolha de Orban por uma montagem de rua e pela itinerância, apontando para questionamentos a respeito do espaço, seja na esfera acadêmica, seja na cidade do Rio de Janeiro. Aliás, no texto publicado na revista À Mostra – XIV Mostra de Teatro da UFRJ, o aluno-diretor afirma que a palavra “terra” deu início ao seu projeto de encenação e de construção dramatúrgica, entendendo o seu trabalho como uma busca por “novas formas de se relacionar com o espaço, com a cidade. De encontrar linhas de fuga e pontos de resistência. Panidrom é a vontade de buscar saídas e a tentativa de formular perguntas” (ORBAN, 2014, p. 22).

Entretanto, a questão “espaço” não é exclusiva de João Pedro Orban. Ainda na revista da Mostra de Teatro, encontramos um texto escrito pelo Centro Acadêmico do curso de Direção Teatral da UFRJ, no qual ressalto este trecho:

“(…) acho que nos perdemos em algum lugar pra que caminho queremos seguir enquanto universidade enquanto artistas enquanto conjunto político sem espaço e contêiner FALTA ESPAÇO e criam-se espaços fazemos com pouco mas não podemos deixar que o discurso do pouco contente falta articular esses espaços de criação em memória imaginação atualidade (…)” (REVISTA À MOSTRA, 2014, p. 7).

Em edições anteriores da Mostra, muitos alunos-diretores já se posicionaram diante dessa questão, investindo na ocupação de espaços não convencionais e os tornando um dos elementos dramatúrgicos fundamentais de suas encenações. Em trânsito (2011)[5], de Natassia Vello — para não citar outros trabalhos de conclusão de curso que eram apresentados em diferentes espaços do campus da Praia Vermelha, antes da sala Oduvaldo Vianna Filho ser estruturada como ela é atualmente —, por exemplo, foi uma montagem experimental que deu considerável atenção à utilização de espaços pelo campus e que dialoga com Panidrom no que diz respeito à montagem de rua e à itinerância. Dito isto, como construir esses espaços de criação, sugeridos pelo Centro Acadêmico do curso? Seria possível transformar um aparente “obstáculo” em uma das matérias primas para uma montagem na universidade?

Se, na disciplina PET do curso de Direção Teatral da UFRJ, é permitido o uso de outros espaços que não a sala onde acontecem a maioria das apresentações da mostra de teatro do curso, bastaram cerca de cinco a seis ensaios dentro de uma sala (sempre com as portas abertas para a circulação do interno com o externo) para que João Pedro e seus atores explorassem outras espacialidades, instituindo o campus universitário da Praia Vermelha e alguns bairros da cidade do Rio de Janeiro como o local de criação e de experimentação. Eu diria que a rua se tornou uma espécie de grande sala de ensaio ou o “lugar de ensaio”[6], como o aluno-diretor prefere chamar. Dessa maneira, eles não dependiam mais e somente das tradicionais e disputadas salas da ECO para dar prosseguimento à sua investigação cênica.

“Aos poucos, a rua começou a aparecer como território ideal para nossas experimentações e assim fomos nos desgarrando das quatro paredes da sala de ensaio e mergulhando nos limites variáveis do espaço externo. Através da experiência, descobriríamos essa dramaturgia.” (ORBAN, 2014, p. 22).

Foi a partir da vivência da rua e do movimento de itinerância pela cidade que o processo de criação de Panidrom começou a ganhar corpo, indicando, consequentemente, a necessidade de outro modo de produção que não o tradicional.

Com o decorrer dos experimentos conduzidos por Orban, os espaços de criação pela cidade foram impregnando as dramaturgias da montagem.

“A qualidade gerada pela carga semântica do espaço passa a responder por importantes discursos do espetáculo. O espaço historicizado contamina a encenação como uma espécie de metatexto. As cargas semânticas embutidas nesses locais passam então a fazer parte dos discursos dramatúrgicos.” (REBOUÇAS, 2009, p. 174).

O aluno-diretor se norteou pela definição de “espaço” do geógrafo Milton Santos, que diz que:

“o espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá. (…) Os objetos não têm realidade filosófica, isto é, não nos permitem o conhecimento, se os vemos separados dos sistemas de ações. Os sistemas de ações também não se dão sem os sistemas de objetos.” (SANTOS, 2008, p. 61).

Sendo assim, Orban mapeou o território com o qual estava se propondo a jogar com o objetivo de apresentar um sistema de relações atravessado pelos atores, músicos, espaço e público em sua encenação. Em vista disso, para experienciar o entendimento do conceito de espaço defendido por Santos, foram fundamentais algumas experiências desenvolvidas pela professora, acadêmica, pesquisadora e performer Eleonora Fabião, com as “saídas”[7], da mesma maneira que uma articulação entre as “vivências” e os “workshops”[8], desenvolvidos pelo grupo paulista Teatro da Vertigem. Segundo João Pedro Orban, dentro das condições oferecidas pelo curso de Direção Teatral, ele optou por um processo criativo concentrado de dois meses e meio, mas com intensidade e profundidade, e fez com que a sua equipe de criação tomasse ciência do terreno em que estavam atuando e das dificuldades que enfrentariam devido à natureza da própria montagem — relacionadas à orquestração e à manutenção da equipe com mais de vinte pessoas; à falta de autonomia no que dizia respeito à aparelhagem técnica durante os ensaios; à sustentabilidade do seu projeto experimental com o passar dos meses de ensaio; além da negociação para o uso de espaços na própria universidade. Por falar em dificuldades, exponho um fragmento do texto de Marcos Moraes no livro Trilogia bíblica, do grupo paulista Teatro da Vertigem, que ao longo da sua trajetória ocupou espaços não convencionais como palco:

“(…) é significativo lembrar as dificuldades e o tempo necessário para conquista desses espaços, muitas vezes envolvendo verdadeiras batalhas para resgatá-los de seu (des)uso oficial. Uma vez que se trata de edifícios concebidos para fins específicos que não o teatral, o acesso a essas estruturas arquitetônicas sempre foi tortuoso e, muitas vezes, quase impossível.” (MORAES, 2002, p. 78).

Para expandir espaços junto às diretrizes da disciplina PET, considero fundamental o papel do “orientador de direção” para auxiliar e intermediar a negociação e o diálogo entre o aluno-diretor e a universidade. Em uma conversa com João Pedro por telefone, ele afirmou que a relação que teve com Adriana Schneider, sua orientadora, foi estabelecida na base do “jogo limpo”. Todas as ideias, antes de serem executadas, eram comunicadas a ela com a finalidade de dar algum respaldo a tais ações e a possíveis consequências geradas no campus e na cidade. “Nada do que não era permitido foi realizado em ensaios e nas apresentações”, afirma Orban. Então, na presença de uma aparente limitação criativa, soluções para as experimentações de composição de personagens[9] e de cenas foram surgindo ao longo do processo. Isso me faz pensar que a existência de limites não significa cerceamento do processo de criação de uma montagem universitária; pelo contrário, estimula e potencializa a produção de novas resoluções para os alunos-diretores realizarem seus projetos experimentais.

Se João Pedro articulou o seu modo de criação e de produção com o que era permitido, aproveitando-se de possíveis exceções e se aproximando ao máximo do limite das regras, parece-me que ele não impôs somente a sua ideia ao espaço, mas permitiu que o espaço e a carga semântica do mesmo também dialogassem com a montagem. Renato Bolelli Rebouças, diretor de arte da peça Hygiene, do Grupo XIX de Teatro, diz que:

“no espaço real, todas as marcas de configuração e existência (tempo) carregam histórias verdadeiras. A acústica, a luminosidade, a própria condição do lugar oferece relações de dramaturgia e conflito. Coragem, localizar as cenas (…), pedir licença, envergonhado perante sua decadência angustiada para estar ali, para abrigar o teatro. E, ao mesmo tempo, com orgulho por estar ali, irradiando a possibilidade de desvendá-los. Os edifícios entendidos e experienciados em si, mas também como percurso, como distância e relação, exigindo estado ampliado de percepção: para onde ir? Por que ir?” (REBOUÇAS, 2006, p. 73).

Por falar em estado ampliado de percepção, ressalto que a ocupação de outras tipologias arquitetônicas e de paisagens no campus da Praia Vermelha converge para outros modos de recepção de Panidrom. Evill Rebouças, autora do livro A dramaturgia e a encenação no espaço não convencional, fala que o teatro contemporâneo tem apontado questões que envolvem a percepção, e parte desta relação está ligada aos modos de produção do espetáculo. Ao “descentrar o espaço; fraturá-lo em zonas diversas; explorar suas várias dimensões; jogar com as oposições espaciais para exaltá-las ou apagá-las (o fechado e o aberto, o contínuo e o descontínuo); salientar os signos da teatralidade” (REBOUÇAS, 2009, p. 130), arrisco-me a dizer que observei o sistema de relações criado por Orban ao assistir ao segundo dia da apresentação do seu projeto experimental. Enquanto existia o trânsito fluindo entre os músicos e o público, assim como entre o espaço e o público, durante a apresentação, outro fluxo da equipe de criação e de produção também acompanhava o trajeto. Esse movimento, que margeava a encenação, expressava também controle e reconhecimento dos limites das regras da disciplina e do campus.

Posso, então, concluir que um aparente “obstáculo” se tornou matéria prima para a criação de uma montagem universitária. É verdade que Panidrom tinha como proposta original a ocupação de espaços pelo campus universitário e que nem todos os projetos experimentais do curso necessitam se configurar nestes moldes. Mas pergunto-me: se houver incentivo à ocupação de espaços pelo campus, a disponibilidade de “lugares” para ensaios de experimentações aumentaria? Pensando por outro viés, quais e quantas novas dramaturgias surgiriam? E, se há o interesse de que uma montagem de conclusão de curso ultrapasse o território da universidade, no que ela se transformaria?

“Malabarismos necessitaram ser feitos, labirintos tiveram de ser percorridos, torturas burocráticas precisaram ser superadas, autoridades vieram a ser conquistadas, mas, acima de tudo, expectativas negativas foram vencidas (…). Acrescentemos, ainda, que esse é um fator desafiador e agravante para a circulação dos espetáculos. Cada remontagem significará, necessariamente, outra viagem em peregrinação, na busca do lugar ideal e, consequentemente, de um processo de (re)criação cênica.” (MORAES, 2002, p. 78-79).

Além disso, surge a questão: e quando a peça sair da universidade, quais serão os desafios? Estariam os alunos recém-formados preparados para ocupar outros espaços da cidade do Rio de Janeiro? Recentemente, a montagem de João Pedro Orban arrecadou recursos financeiros em uma plataforma de financiamento colaborativo para dar mais autonomia ao projeto e continuidade ao seu caminhar político, desta vez fora do campus universitário. Se encararmos as mudanças dos modos de produção e de criação e o amadurecimento natural diante do processo para além da UFRJ, acredito ser possível que projetos experimentais como Panidrom encontrem seus espaços.

Referências bibliográficas:

FABIÃO, Eleonora. “Performance: poéticas e políticas do pertencimento”. In: PRIMO, Rosa; ROCHA, Thereza (orgs.). Bienal Internacional de Dança do Ceará: um percurso de intensidades. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2001.

GERMAY, Robert. Do teatro universitário à associação internacional do teatro na universidade — considerações, ou o teatro universitário tem couro duro. Trad. Fernanda Cavalcanti. João Pessoa: Moringa Artes do Espetáculo, 2010.

MORAES, Marcos. “Produção”. In: TEATRO DA VERTIGEM. Trilogia bíblica. São Paulo: Publifolha, 2002, p. 78-79.

ORBAN, João Pedro. “Panidrom, um caminhar político pela cidade”. In: REVISTA À MOSTRA. Revista programa sobre a XIV Mostra de Teatro da UFRJ. UFRJ, 2014.

REBOUÇAS, Evill. A dramaturgia e a encenação no espaço não convencional. São Paulo: UNESP, 2009.

REBOUÇAS, Renato Bolelli. “Vivências possíveis — Espaço e processos de criação”. In: Hysteria / Hygiene. São Paulo: Grupo XIX de Teatro, 2006, p. 72-74.

REVISTA À MOSTRA. Revista programa sobre a XIV Mostra de Teatro da UFRJ. UFRJ, 2014.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008, p. 61.

Notas

[1] A SUAT — Sistema Universitário de Apoio Teatral da UFRJ é um programa de criação, treinamento e coordenação de equipe interdisciplinar de estudantes de graduação, sob orientação de professor da área de tecnologia teatral do curso de Direção Teatral, destinado ao suporte técnico-logístico de eventos teatrais ou similares realizados nos campi da UFRJ, ou em espaços externos que estejam recebendo produções artístico-culturais da universidade.

[2] Panidrom, com direção de João Pedro Orban e dramaturgia colaborativa de Clarice Lissovsky e Tomás Braune, foi apresentado do dia 7 a 9 de novembro de 2014, integrando a programação da XIV Mostra de Teatro da UFRJ.

[3] As diretrizes são uma espécie de regulamento das disciplinas de prática de montagem do curso de Direção Teatral da UFRJ. Elas estabelecem objetivos específicos para cada disciplina.

[4] A sala Oduvaldo Vianna Filho, conhecida também como sala Vianninha ou simplesmente Vianninha, é um espaço multiuso localizado no Palácio Universitário, utilizado principalmente para aulas de Direção Teatral e, ocasionalmente, como palco de eventos acadêmicos.

[5] Em trânsito, de Natássia Vello, foi uma criação coletiva performática apresentada na XI Mostra de Teatro da UFRJ.

[6] A denominação “lugar de ensaio” é decorrente da variação constante do local de ensaio (sala, rua, gramado, quadra, etc.).

[7] A “saída” é uma experiência cênica realizada fora da sala de ensaio, na qual o ator realiza uma trajetória retornando em determinado tempo para apresentar uma composição cênica. Para a realização de uma saída, é necessário uma ou mais diretrizes que norteiem a experiência, além de, se necessário, uma ou mais perguntas que estimulem a composição.

[8] Os “workshops”, técnica desenvolvida pelo Teatro da Vertigem, são uma resposta cênica a uma pergunta formulada um ou mais dias antes de sua apresentação; as “visitas”, também desenvolvida e aplicada pelo mesmo grupo de teatro de São Paulo, são experiências externas à sala de ensaio, em que os atores visitam algum local e trazem uma cena criada a partir dessa experiência.

[9] Ao invés de personagens, João Pedro Orban adota o termo “criaturas”, entendendo “por criatura a combinação entre uma personagem ficcional, com personagens reais do cotidiano e a pessoalidade do ator”.

Ricardo Libertini é graduado em Artes cênicas — habilitação em Direção teatral — e é ator, diretor e integrante do Grupo Garimpo.

 

Newsletter

Edições Anteriores

Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

Edições Anteriores