Tag: vladimir brichta
Atos da fala como percepção
A peça Arte, em cartaz no Teatro do Leblon, encena o texto da dramaturga argelina, radicada na França, Yasmina Reza que, desde a sua estreia em 1995 em Paris, ganhou uma série de traduções e encenações em diversos países. No Brasil, esta encenação é realizada pela segunda vez, tendo sido a primeira dirigida por Mauro Rasi em 1999, com José Mayer, Luis Gustavo e Pedro Paulo Rangel formando o elenco. A montagem atual tem a tradução e a direção de Emílio de Mello e conta com os atores Marcelo Flores, Claudio Gabriel e Vladimir Brichta. Nessa montagem se dá a ver uma proposição que articula seus elementos em uma relação que ilumina a dramaturgia, deixando escapar em sua composição estética a força dos atos da fala como construção das nossas subjetividades.
A expressividade da sugestão
Há um apagamento e, ao mesmo tempo, uma evidenciação do fazer teatral em Hamelin, montagem de André Paes Leme para o texto de Juan Mayorga. De um lado, o diretor demonstra a preocupação em investir numa cena neutra, impressão confirmada pela utilização funcional de elementos básicos (mesas e cadeiras), pela opção por cores discretas (predominância do preto) e por figurinos despojados, diretamente importados do cotidiano. Do outro, os atores não ocultam do público a construção da cena. Manipulam objetos e o som, produzem atmosferas, lêem rubricas e transitam, quase sempre, entre diferentes personagens.