Foto: divulgação.

A peça Nervo Craniano Zero, que esteve em cartaz no mês de março dentro da Mostra Fringe do Festival de Curitiba, foi escrita e dirigida por Paulo Biscaia Filho e encenada pela companhia curitibana Vigor Mortis, que desde 1997 pesquisa e trabalha a linguagem do Grand Guignol. O gênero se baseia nas estéticas do Teatro de Horror de Paris e surgiu no final do século XIX na França. Teve como inspiração inicial as obras de escritores como Edgar Alan Poe e André de Lorde (le prince de terreur) e encaixou-se perfeitamente no espírito decadentista que dominou a literatura francesa do período. O traço marcante do Grand Guignol é a exploração do terror e da violência em cena. É a partir deste contexto que vem à cena Nervo Craniano Zero, trazendo para a contemporaneidade esta linguagem, com uma roupagem que rende ainda homenagens aos mestres dos quadrinhos noir como Will Eisner, Frank Miller e Garth Ennis e ao cinema do diretor canadense David Cronenberg, um dos mestres do cinema de terror e violência.