O modelo de sociedade, segundo Foucault, de uma “sociedade disciplinar” – a qual se caracteriza por uma forma de encarceramento completo do indivíduo num ambiente arquitetural – vem se transformando naquilo que Gilles Deleuze identifica por “sociedade de controle”, sendo um controle aberto e contínuo, anti-arquitetura, onde os dispositivos disciplinares tornaram-se menos limitados; as instituições sociais modernas geram indivíduos sociais muito mais flexíveis. Essa passagem para a “sociedade de controle” abarca uma subjetividade que não está atida à individualidade. O indivíduo não pertence a nenhuma identidade ao mesmo tempo que pertence a todas pois, mesmo no exterior das instituições sociais, continua a ser veementemente comandado pela lógica disciplinar.