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Em Adágio, a solidão desponta como tema no texto de Gustavo Bicalho e Mauro Siqueira e como proposta de atuação, lançada a Suzana Castelo e, em especial, a Márcio Nascimento. Ao estabelecer “contracena” com um boneco em escala humana, o ator é levado a acumular uma dupla função: encarrega-se das motivações de seu personagem e manipula o outro da cena – no caso, o boneco –, responsabilizando-se por suas reações. É uma circunstância distinta da habitual, em que os atores são estimulados pelo contato com os parceiros de cena. Em mais um momento da montagem assinada por Gustavo Bicalho e Henrique Gonçalves, os atores contracenam por via indireta. A atriz interage com o boneco – por sua vez, manipulado pelo ator, cujo personagem não está em cena nesse instante. Diferentemente da primeira passagem mencionada, nessa os dois intérpretes se encontram envolvidos na construção da situação, mas o fato de não firmarem uma relação direta também remete a um solitário estar em cena.