Tag: Constantin Stanislavski

Trabalho do ator sobre si mesmo: cuidar das sementes e das raízes do conhecimento, sem pensar na flor, no resultado.

18 de outubro de 2021 Estudos

 

“De que modo é possível se debruçar sobre um conhecimento tão profundo como o do trabalho do ator sobre si mesmo desenvolvido por Stanislávski[1] em seu Sistema?

De que maneira abordar um conhecimento que se manteve em permanente evolução sem jamais ter se fixado em nenhum conceito que o levasse a uma conclusão definitiva?

Como tornar concreto por meio da palavra escrita um trabalho em seu processo sem fim, que começa pela compreensão da prática singular de cada um e segue se desenvolvendo indefinidamente?

Quais os meios possíveis para que se possa assimilar e transmitir um conhecimento que se configura como herança viva?” (Zaltron, P.317)

Formular perguntas é um dos aprendizados mais caros para o ser humano. E se esse ser humano for uma atriz, diretora e pedagoga, as formulações são preciosas porque movem todo o processo de pesquisa, de criação e provavelmente, de uma vida. Essas questões foram as companheiras da autora Michele Almeida Zaltron e, a partir da sua escrita, penso que o prazer, a obsessão, a vocação e o comprometimento com a transmissão parecem ser definidores para a criação de seu livro Stanislávski e o Trabalho do Ator Sobre Si Mesmo que foi publicado em 2021, pela editora Perspectiva numa parceria com o CLAPS (Centro Latino-Americano de Pesquisa Stanislávski)[2], uma iniciativa do Teatro Escola Macunaíma[3].

Sobre Stanislavski. Precisão histórica, circulação e mobilidade das proposições do encenador russo

31 de agosto de 2015 Estudos

Vol. VIII, nº 65, agosto de 2015

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Resumo: Proponho, nesse texto, uma discussão sobre a obra de Constantin Stanislavski a partir da análise do livro Stanislavski revivido, que reúne as transcrições de conferências e debates promovidos pela SP Escola de Teatro, no momento em que se completaram 150 anos do nascimento do encenador. Analiso as questões mais recorrentes nas falas, destacando as tentativas de recuperação das precisas condições históricas de produção do teatro stanislavskiano, e o estudo das formas de circulação, apropriação e mobilidade de sua obra.

Palavras-chave: Constantin Stanislavski (1863-1938), legado, circulação de bens simbólicos, apropriação

Abstract: I propose in this paper a discussion on Constantin Stanislavski’s work through the analyses of the book Stanislavski revivido, which brings together the transcriptions of conferences and debates promoted by the SP Escola de Teatro in the occasion of the 150 years of the director’s birthday. I analyze the most frequent questions that appear in the debates, highlighting the attempts to rescue the precise historical conditions of Stanislavski’s theater and the study of the forms of circulation, appropriation and mobility of his work.

Keywords: Constantin Stanislavski (1863-1938), legacy, symbolic goods circulation, apropriation

 

Em janeiro de 2013, completaram-se 150 anos do nascimento de Constantin Stanislavski. A partir dessa data, uma série de eventos, em diferentes locais do mundo, foi realizada em homenagem ao artista russo, assim como se ampliaram os debates em torno de sua obra e de seu legado. No Brasil, em dezembro desse ano de 2013, foi realizado o “Seminário 150 anos de Stanislavski na SP Escola de Teatro”, espaço que vem empreendendo uma série de contribuições aos estudos teatrais contemporâneos, por meio de palestras, encontros e debates. Seis pesquisadores[1], ao longo de três dias, apresentaram diversas questões ligadas ao teatro stanislavskiano e, ao final de suas falas, debateram com a plateia presente. O livro Stanislavski revivido (2014), organizado por Ney Piacentini e Paulo Fávari, é o resultado desses três dias de discussões, trazendo para um público mais amplo as transcrições de todas as falas proferidas, assim como dos debates.

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A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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