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O duelo
Vol. VII, nº 62, junho de 2014
Resumo: Conversa sobre o trabalho da mundana companhia no espetáculo teatral O duelo, adaptação da novela homônima de autoria de Anton Tchekhov, no Instituto do Ator, Rio de Janeiro.
Palavras-chave: Tchekhov, mundana companhia, O duelo, Instituto do Ator
Abstract: Debate about mundana companhia’s work on the theatrical show The Duel, adaptation of Anton Tchekhov’s novel, at Instituto do Ator, Rio de Janeiro.
Keywords: Tchekhov, mundana companhia, The Duel, Instituto do Ator
Aquilo que fica
Para Alexandre Marçal, Naiara Barrozo e Ricardo Freitas
O duelo começa com uma saudação ao respeitável público: o espetáculo vai começar. Com uma referência direta à plateia, situando o dia da apresentação — 6 de março de 2014 —, o espetáculo da mundana companhia, que cumpriu temporada nos meses de fevereiro e março no Teatro Tom Jobim, parece se filiar ao que chamo de uma estética circense. Esta expressão se aplica não tanto pela presença de alguns signos que remetem ao picadeiro (o que de fato se verifica), mas principalmente por possibilitar uma forma de abordar as várias camadas dramatúrgicas do espetáculo. Penso no palco circense como uma maneira de introduzir impressões sobre um trabalho que parece buscar a sensorialidade, a proximidade visceral do público com a história narrada. Uma história que em determinados momentos convida o espectador a dançar com os atores, os quais, por seu turno, muitas vezes estão a centímetros da plateia e frequentemente falam de seus personagens em terceira pessoa, assumindo as vezes de narradores. Para além dessa quebra da quarta parede — em que um espetáculo se declara como espetáculo —, o circo enseja, também, a possibilidade de utilizar desde objetos cotidianos e elementos da cultura popular, até o mais elaborado aparato técnico (que não é sinônimo de tecnológico), com texturas e luzes à la Cirque du Soleil.