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As faces da mesma moeda – o jogo das duplas
Vol. VII, nº 63, dezembro de 2014
Resumo: A crítica analisa a montagem do espetáculo Contrações, do Grupo 3 de Teatro, a partir da leitura de Jean-Pierre Sarrazac sobre a transformação da dramaturgia no século passado, no livro O futuro do drama. A outra via de análise aborda a ideia de dicotomia para pensar os jogos entre polaridades presentes nos demais elementos cênicos.
Palavras-chave:Dramaturgia, Jean-Pierre Sarrazac, Mike Bartlett.
Um Galpão realista
O Grupo Galpão se propôs a trilhar um território inesperado ao eleger uma peça de Anton Tchekhov como base de seu próximo espetáculo, o primeiro encontro com a diretora conterrânea mineira Yara de Novaes. Impelido pelo desejo de experimentar uma construção mais intensa de personagens, pôs de lado a tradição mambembe, popular e a comédia, que em 29 anos de trabalho coletivo entre atores rendeu seus maiores êxitos (como Romeu e Julieta, de 1992, Um Moliére imaginário, de 1997, ou o mais recente, Till – A saga de um herói torto, de 2010). Abandonada a zona de conforto – embora a constante rotativa de diretores convidados sobre a qual se funda a trajetória do grupo testemunhe contra a noção de conforto – para se lançar na experimentação de um teatro realista de fundo psicológico – estética relativamente inédita para os atores, ao menos nessa gradação.