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A força da forma intuitiva
Depois da Queda é um texto do dramaturgo norte-americano Arthur Miller que expõe a reflexão do autor sobre seus próprios movimentos de autodestruição. Trata-se de uma exposição autobiográfica, quase como um tratado filosófico sobre si, mas que magistralmente se estabelece por meio de uma relação de alteridade – toda e qualquer possível conceituação de si, o autor estabelece naquilo que se pode enxergar de destrutivo no que o outro realiza. A autobiografia é ficcionalizada, sem dúvida, mas ela não se anula, é um recurso para falar daquelas questões mais óbvias – celebridades, família – mas é também um modo de colocar um indivíduo com todo o seu discurso psicológico em cena, justificado de certo modo por suas ideias. Deste jeito, o texto fica meio “retrato” do homem de uma época e, ao mesmo tempo, ele é “retrato” biográfico de um homem específico e importante, que foi o Arthur Miller. O texto se torna uma sobreposição de retratos: o do homem específico e o do homem histórico. Escrita em 1964, a peça cria uma instância de expressão sobre os sentidos possíveis de momentos em que a história parece mesmo não ter sentido algum como ideia, a não ser inserida em outra série.