Leveza (Marcia Rubim). Foto: José Roberto Crivano.

Início

Ter uma companhia de teatro, com já alguma estrada, implica aprofundar sua pesquisa interna de forma cada vez mais surpreendente – de preferência – e não decepcionar o seu público fiel. Sempre tenho em mente a figura daquele artista de circo que mantém vários pratos girando sem parar sobre uma varinha. E a quantidade de pratos só aumenta… Assim, ao idealizar o projeto que gerou o espetáculo PEH QUO DEUX, tive que levar em consideração alguns anseios internos e externos que, nos últimos anos, vêm nos perseguindo. Eu queria muito retomar a vertente mais forte e característica da PeQuod, o seu trabalho com bonecos, fundamental para que o grupo se destacasse no panorama local e nacional. No entanto, o hibridismo, que nos permitiu mesclar atores e bonecos num mesmo grau de importância na cena e que, desde Peer Gynt, encenado em 2006, tem pautado nossos trabalhos, para mim já tinha se esgotado. Por ora. Essa contaminação da cena foi bastante relevante nesta montagem já citada e em A Chegada de Lampião no Inferno, espetáculo de 2009 que também bebeu nessa fonte híbrida. A questão é que tínhamos saído de um trabalho em que as necessidades de produção e da cena foram retirando os bonecos do palco e nos vimos em um híbrido ao extremo, um híbrido ao contrário ou, resumidamente, um espetáculo sem bonecos. Só com atores. Nada contra. But…